inegável que a depressão é o mal do século. Infelizmente, muitos sofrem preconceito quando dizem sofrer de depressão como se dizê-lo [considerar-se] fosse desculpa para continuar na mesma condição, no mesmo estado, muitas vezes, aparentemente, vegetativo.
Algum tempo atrás escrevi algo sobre a depressão, de forma lírica na bem da verdade, no entanto, transcrevo- o como introdução da importância da Exposição Fotográfica DISORDER- Depressão, Fobias e Medos Infantis:
“Quando somos depressivos por motivos psicobiológico, não importa o quão em paz o mundo esteja, não importa o leque de possibilidades que a vida nos ofereça para ser feliz, e não importa os amores, as amizades, nem convívio familiar harmônico, sempre teremos aqueles momentos down, aquele abismo visceral em nossa frente como se fosse um espelho d’água gigante onde nossa própria consciência nos aponta os dedos, nos esbofeteia e nos tortura com uma arte quase milenar de auto- sacrifício.
Depressão é meio que uma eterna adolescência: Dúvidas [encruzilhadas], Crises [decisões a serem tomadas], intensidade [amores, amizades, poesia e arte] e descobertas, no entanto, é quando a esperança tem seu maior poderio, pois o sofrimento que sentimos é equivalente ao amor que temos pela própria vida- Eu acredito nisso. Quando sofremos, significa que nos importamos, principalmente conosco, significa que queremos ficar bem. Certo, mas isso se enquadra no sentido de adolescência como fase da vida, a depressão por mais que tenha características de adolescência como o disse, é pior, pois a depressão é evidente quando sabemos que as coisas estão bem, porém não conseguimos usufruir 100% dessa tranquilidade de bem viver. Sempre há aquele vazio, aquela solidão, aquela crise existencial, aquela lágrima teimando em escorrer [ou aquela lágrima que parece não mais existir até mesmo por que é inútil se importar], aquele sufoco, aquele desespero, o delírio, nossa loucura eminente que se funde ao desejo.
Em depressão até mesmo nosso corpo age de acordo, ele sente tudo que nossa mente gera. Engordamos, perdemos peso, sentimos ânsia, tontura, dores de cabeça- ficamos sem chão. E as coisas são sempre fáceis para quem vê de fora e o mais triste é que sabemos que na maioria das vezes eles têm razão, no entanto, ficamos sempre assim naquele poço profundo cheio de demônios nos devorando de noite e dia até chegar um ponto onde não sabemos se esses demônios realmente existem, ou são apenas criações nossas para suprir nosso desdém pela própria humanidade.
NÃO É FÁCIL. NUNCA É FÁCIL.
Quando depressivos há em nós aquele lado Pierrot que brinca, que ri, que oferta rosas para as pessoas na praça passando mensagens de amor e paz, mostrando a graça até mesmo do desejo fugaz; Quando depressivos há em nós o eterno poeta sofredor que sente a dor, não apenas de sua própria existência, mas de todas as pessoas ao redor, compreende a importância da vida como ninguém, consegue prestar atenção em cada nuvem no céu, em cada folha que o outono leva ao chão, ironicamente tendo toda essa sensibilidade sente a dor de forma mais intensa, de uma forma que ultrapassa a própria condição humana de sofrer; Quando depressivos há em nós também um lado coringa, um palhaço de humor negro que corta os próprios pulsos apenas para ver o sangue escorrer, que sobe numa moto e corre ultrapassando o limite de velocidade apenas para sentir-se vivo e brincar com a própria morte, pois ela é o avesso da vida: Ela é definida, simples, imutável e absoluta.
Sem falar na criança querendo atenção, procurando alguém para brincar, seja de pique esconde, seja de policia e ladrão, procurando sempre alguém para suprir sua carência afetiva. Temos o adulto ali mostrando a razão de tudo, nos punindo, nos fazendo ver o quão idiota somos na imagem do espelho: um reflexo de heróis sem armas, uniformes bonitos, ou superpoderes- Esse adulto é o que nos incita a prestar atenção no tempo e sentir agonia quando as areias da ampulheta caem e nossas vidas parecem ser a mesma, a mesma dor, o mesmo sofrimento.
OS CORREDORES DESSA CASA DAS BONECAS PARECE NÃO TER FIM…
Em suma esses são pensamentos vagos que se perdem nos primeiros feixes de luz do alvorecer “- DO ALVORECER [Lobo Invernal]
A exposição será realizada no dia 14 de novembro na
Rua Gregório de Almeida Lima 220, 18150-000 Ibiúna- São Paulo.
A exposição fotográfica é parte do Trabalho de Conclusão de Curso dos alunos/fotógrafos: André <Nelson> Maori, Claudia Rocha e Katia Santos.
O tema da exposição são os distúrbios psicológicos, abordado através de técnicas surrealistas.
André Maori: Fobias
Claudia Rocha: Medos Infantis
Katia Santos: Depressão
[Informações extraídas do facebook do evento]
COMPAREÇAM E PRESTIGIEM O TRABALHO QUE FICOU SENSACIONAL.
ENTRADA FRANCA
“Nunca despreze as pessoas deprimidas. A depressão é o último estágio da dor humana” – Augusto Cury.