Banda Kafka [Breve Histórico]

Kafka

Musica é meu Templo, o Kafka é o meu grupo, reverenciamos as entidades, nosso som é a reza, nosso corpo é a oferenda…Abrão Levin.

 

Netfontes_vampire_games_LogoKAFKA surgiu nos anos 80 em São Paulo, tendo como membros ABRÃO LEVIN [Vocal e Guitarra], RENATO MELLO [Sax e Guitarra], RENATO R. [Baixo] e PAULO BLITTER [Bateria]. A discografia da banda é composta por apenas dois álbuns: MUSIKANERVOSA de 1987 e OBRA DOS SONHOS de 1989, pelo selo BARATO E AFINS, subsequentemente lançados em um único CD.

“Ente um/ Dimensão velada em si/ Com outra face do existir”- Temerário da Lua

Kafka (1987) Músika Nervosa

Não há uma definição exata para o som da banda, uma vez que, os anos 80 foi uma época na qual nada era preto no branco, pelo menos, musicalmente falando. Permita-se envolver pela musicalidade e será absolvido pelo psicodelismo, goticismo, Jazz e outras fontes sonoras.

Numa entrevista feita por CLAUDIONOR MARTINS, autor do blog claudionosfera, com ADRÃO LEVIN, o vocalista cita algumas influências sonoras para a banda: a cena Inglesa musical dos anos 80 nos influenciou muito, com um destaque aos grupos Joy Division, Dead Can Dance, This Mortal Coil, Bauhaus, Eco and the Bunnymen, Siouxie and the Banshees, etc…”.

As letras são extremamente interessantes, principalmente quando o ouvinte é daqueles que gosta de referências literárias, a começar pelo nome da banda que remete a FRANZ KAFKA, escritor Tcheco, conhecido principalmente por sua obra A METAMORFOSE [Die Verwandlung] escrita em 1912, na qual o personagem GREGOR SAMSA, cKafka_(1989)_Obra_Dos_Sonhosaixeiro viajante, numa manhã acorda metamorfoseado numa inseto- ouça a faixa GREGOR do álbum MUSIKANERVOSA.

No claudionosfera, LEVIN diz o seguinte sobre as composições da banda: “Não existe nada nos discos que seja improviso ou acidental, todos os sons, efeitos e ideias harmônicas são intencionais. Esta colisão do Intuitivo com o Racional, da improvisação com a premeditação, define bem a atmosfera musical do grupo”.  

Ouvindo o som da banda é visível essa preocupação- sim, o termo usado errado foi proposital 😀

 ALÉM DAS DUNAS é uma canção que me gerou motivos para muitas reflexões, principalmente pelo fato de que ela, de forma peculiar, é bastante surrealista: “É quando deixo as ideias/ Quando penso abstratas/Eu cego sinto as imagens”. Esse deixar de lado o sentido da visão para utilizar-se do tato e assim atingir de forma mais palpável, talvez, no caso, mais sincera, as imagens tanto da própria mente quanto do mundo que nos cerca, remete muito ao lirismo <filosófico/ não filosófico> do poeta português FERNANDO PESSOA que de forma parecida expressa o mesmo com O GUARDADOR DE REBANHOS, poema de seu heterônimo ALBERTO CAEIRO: “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…”.

Infelizmente, a banda possui apenas esses dois álbuns. De qualquer forma as canções deixadas poderão [sempre] ser apreciadas por aqueles que são amantes da boa música.

São poesias assim que me fazem considerar que muito do que acredito não pode ser provado a não ser com os sentidos.

Kafka.4


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


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