Filme: ADAM [MAX MAYER]


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SINOPSE: “O jovem engenheiro eletrônico Adam acaba de perder o pai. Com dificuldades de se socializar, vive isolado em seu excessivamente organizado apartamento em Nova York. Sua rotina se transforma quando a atraente Beth se muda para o andar de cima. Inicialmente reticente com o comportamento estranho do vizinho, ela aos poucos passa a conhecê-lo melhor e a entender as razões por trás de suas dificuldades de comunicação. Percebendo o interesse de Adam e a profunda conexão que se formou entre eles, Beth resolve dar uma chance ao relacionamento”.

Normalmente não tenho interesse em assistir filmes que possuem como premissa personagens que estão sofrendo por causa de alguma doença, ou distúrbio psicológico por que, normalmente, parecem panfletários, estereotipados, querendo apenas garantir a verba arrecada pela bilheteria, em outras palavras: se aproveitando da infelicidade de alguns, sem na verdade se preocupar muito com a verossimilhança/ e sentido poético que a narrativa poderia oferecer. Com certeza existem muitos filmes sensacionais que tratam de determinados temas nesse sentido, um deles, por exemplo, MARY E MAX – UMA AMIZADE DIFERENTE, que tem como personagens principais um senhor de 44 anos, chamado MAX JERRY HOROWITZ, portador da Síndrome de Asperger; e uma garotinha de oito anos, chamada MARY DAISY DINKLE, no entanto, no momento, não é sobre este filme que pretendo discorrer, mas sim do filme ADAM, dirigido por MAX MAYER, que estreou no Sundance Film Festival em 2009, angariando o Prêmio Alfred P. Sloan: o filme também possui um personagem portador da Síndrome de Asperger, aliás, seu nome é ADAM RAKI, motivo do título da película.

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_Adam

ADAM [HUGH DANCY] após a recente morte do seu pai passou a viver sozinho na cidade de Manhattan, trabalhando como engenheiro eletrônico numa fábrica de brinquedos. Como já mencionado ADAM é portador da Síndrome de Asperger- transtorno neurobiológico enquadrado dentro da categoria de transtornos globais do desenvolvimento, considerado atualmente como um efeito brando de Autismo, – portanto sua vida segue alguns rituais como, por exemplo, observar uma família de Guaxinins- que vivem num parque próximo a sua casa, a qual apenas aparece no período noturno -; e que tem interesse obsessivo pelo espaço sideral: seu caso é nível hard. Solitário apenas tem como amigo HARLAN KEYES [FRANKIE FAISON], que fez parte do exercito americano, na segunda guerra mundial, e que serve como tutor de ADAM, desde que seu amigo, pai do jovem, faleceu.  A sua rotina começa a mudar quando BETH BUCHWALD [ROSE BYRNE], uma professora, que pretende ser escritora de livros infantis, passa ser sua vizinha, demostrando interesse por ele, buscando formas de aproximação, porém que se sente ignorada pelo fato de ADAM trata-la com certa indiferença.

O filme consegue prender nossa atenção do começo ao fim, principalmente pela excelente atuação de HUGH DANCY que soube incorporar de forma convincente o dilema de vida de ADAM, afinal de contas nunca é fácil para um indivíduo com algum transtorno neurobiológico viver em sociedade, principalmente por causa dos padrões comportamentais exigidas por ela. Não sou nenhum especialista na Síndrome de Asperger, no entanto, me sinto seguro em dizer que podemos classifica-la em três níveis: easy, medium e hard. O MAX do filme MARY E MAX – UMA AMIZADE DIFERENTE é nível hard, enquanto ADAM, nível médium, então, até onde pesquisei anos atrás, pessoas de nível easy são aquelas que possuem a síndrome, mas muitas vezes morrem sem sabê-lo por que algumas delas apreenderam a conviver com isso, tornando até mesmo difícil de reconhecê-las como tal pelos especialistas na área por que os portadores aprendem a esconder suas dificuldades, conseguindo demostrar emoções mesmo que de forma pouco espontânea.

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_Adam e Beth numa cena extremamente romântica

Umas das cenas que se tornou marcante para mim foi uma na qual a dor de ADAM, por alguém ter mentido para ele, é apaziguada com a ajuda do amigo HARLAN KEYES que diz que todas as pessoas mentem e o segredo é saber definir aquelas que merecem fazer parte de nossas vidas- é uma cena que condiz muito com o que já vivi e aprendi também.

Acredito que o final pode agradar alguns, enquanto outros não, talvez por que o desenvolvimento dos momentos finais seja muito rápido; talvez pela forma, um tanto inesperada, da personagem BETH, ajudar ADAM a entender o que ele precisa fazer para gerar a segurança que ambos precisam no relacionamento ente eles, e principalmente para sua própria vida- na verdade, estou dando minha interpretação das cenas finais.

Considero que se ainda não assistiu o filme é uma boa dica por, pelo menos, dois motivos:

  • A atuação de HUGH DANCY, como disse, é digna de nota
  • Para quem não conhece a Síndrome de Asperger e queira saber do que se trata, mesmo que de forma um pouco superficial.

A trilha sonora é linda.


 

TRAILER:

Caso alguém aí assista, por favor, volta aqui e comenta o que achou smiley-295353_1280