JUSTICEIRO: CAMINHO SEM VOLTA [VOLUME 3/ MARVEL/ PANINI COMICS]


justi25c325a7eiro-2bcaminho2bsem2bvolta“ninguém deve ser como eu” Frank Castle


SINOPSE: “Frank Castle e a sargento Rachel Cole-Alves seguem em sua guerra contra o Câmbio, mas precisam resolver assuntos pendentes, agora que o Disco Ômega esta fora da jogada. Com a ajuda do Justiceiro, Alves fica mais perto de sua vingança, mas seus métodos violentos podem colocá-la num caminho sem volta! Os detetives Walter Bolt e Ozzy Clemons seguem pistas que levam à ex-fuzileira, apesar dos esforços da repórter Norah Winters em proteger sua amiga…”- Fonte: Guia dos Quadrinhos.


CAMINHO SEM VOLTA

“A primeira vez é sempre a última chance”

e1ssa afirmação sempre fora motivo de reflexão desde o momento que ouvi Teatro Dos Vampiros da Legião Urbana pela primeira vez. Penso que, quando pensamos em tomar certas decisões, agir de certa forma, precisamos pensar bastante sobre o assunto por que algumas coisas não têm mais volta, é como se construíssemos um muro que não podemos mais destruir, nem escalar, porém, a necessidade de viver, seguindo em frente faz com que tenhamos que, de alguma forma, encontremos um jeito de, pelo menos, dar a volta: imagine, então que o muro seja extenso, muito extenso, quantos quilômetros teríamos que percorrer até chegar ao ponto em que queríamos quando estávamos no centro dele, no ponto inicial?  A consciência quando cumpre seu papel deixa marcas que são cicatrizes eternas na mente, quem sabe até na alma, dependendo da concepção religiosa/ mística de cada indivíduo em questão.

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_Rachel Cole-Alves aprende de forma dolorida que as consequências da emoção são terríveis

 “O monstro real bem próximo para todos nós é o próprio eu, irmão” Difícil Entender/ Kablan e Pachá

Viver, então é torturar-se, aprender a viver com as consequências dos próprios atos, em muitos casos, as consequências do próprio pensamento. Tendo esse insight filosófico, JUSTICEIRO: CAMINHO SEM VOLTA, de autoria de GREG RUCKA, torna-se uma taça de vinho de ótima safra em meio ao lago de sangue do caos que a própria vida é em sua essência.

A história discorre sobre isso: precisamos analisar nossas emoções antes de chegarmos a determinadas conclusões, visto que, o ódio pode nos destruir, nos matar, nos tornar mortos-vivos, não exatamente zumbis, mas refém da humanidade descartada pela satisfação de um desejo de vingança, ou outro principio qualquer.  Sabemos que FRANK CASTLE aprendeu a conviver com isso, mas não por acaso este afirma que: “ninguém deve ser como eu”, sabe que seu psicológico atingiu um nível que o torna destoante da humanidade, mas num “equilíbrio caótico” parte importante do que a dor pode ensinar do inconsciente coletivo.  De forma incompreensível para nós, FRANK sabe quando deve matar, e principalmente não se torturar por isso; se compreendêssemos o ato estaríamos chegando perto de sermos como ele; Lembre-se do que ele disse: ninguém deve sê-lo. A sua frieza tornou-se sua maior característica, e seu senso de justiça, independente do que pensemos sobre, necessário.  Não, realmente não devemos ser como ele por que deve ser muito triste não sentir o próprio coração, e mesmo assim conseguirmos ver a imensidão do seu ser dentro do seu olhar, enquanto a chuva cai e molha seus cabelos, durante uma demonstração do que sobrou de humano dentro de si.

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_ Desde sempre este é um dos meus personagens favoritos da Marvel Comics

CASTLE e a sargento RACHEL COLE-ALVES, buscam dinamitar as intenções do Câmbio, uma organização criminosa que tem dado dor de cabeça para o justiceiro; e matou a família de COLE-ALVES. E é esse vento, a morte de sua família, que a fez desejar vingança, buscar aliança com FRANK, e consequentemente “conhece-lo” melhor.  Descobre que seu senso de justiça ainda está muito longe dos parâmetros do anti-herói, JUSTICEIRO. Não basta apenas carregar uma caveira branca no peito. Consequentemente descobre que certas coisas na vida é um caminho sem volta, é a chance que perdeu não pode ser recuperada.

Enfim, FRANK CASTLE é ao mesmo tempo o amor e o ódio.

Os desenhos são de MARCO CHECCHETTO e MIRKO COLAK. Em especial a arte de COLAK me impressionou, os traços são extremamente detalhados, sabendo dosar muito bem a luz e as sombras, com imenso cuidado nas expressões do badboy da história.

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_A arte nessa passagem me impressinou

JOGO PERFEITO

JOGO PERFEITO é escrito por CHARLIE HUSTON e desenhado por SHAWN MARTINBROUGH.

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Na primeira cena um homem, aparentemente, de uns 40 e poucos anos de idade, dá inicio ao seu relato sobre alguém especializado em atingir o seu alvo, seja com um dardo envenenado seja com um rifle a três quilômetros de distância do alvo. Essa especialização faz com que todos os trabalhos já feitos tornem outros iguais chatos, sem graça, tornando- os seus dias enfadonhos, esperando algo diferente, algo que desperte em si o desejo da caça, faça- o sentir o prazer da expectativa.  Nossa surpresa é quando o especialista aceita a missão de dar cabo da vida de um ex-jogador de beisebol que não pagou uma divida e tornou-se alvo de vingança. Porém, o especialista, o famoso MERCENÁRIO da Marvel Comics, elabora um plano a altura do talento do jogador: decidiu mata-lo, participando da competição, com um lance mortifico, usando, ironicamente, uma bola de beisebol, mas para tal intento, passa o ano inteiro treinando, fortalecendo os músculos de forma adequada ao jogo, compreendendo as técnicas necessárias para tornar-se um expert.

Não conto o final, claro que não, mas garanto que faz jus ao personagem.

JUSTICEIRO- CAMINHO SEM VOLTA contêm 180 páginas, com capa cartonada, e reúne as edições 11 a 16 de THE PUNISHER e as duas partes da minissérie BULLSEYE: PERFECT GAME. Publicação da editora PANINI COMICS, em: março de 2014. Contem também uma introdução dos eventos que culminaram na história CAMINHO SEM VOLTA.


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