“Mas, as pessoas se esquecem de uma coisa: Eu faço o que faço. O mundo é que mudou… Eu não. Nem um pouco”– Nick Fury
SINOPSE: “Ele esmagou a máquina de guerra nazista como o Sargento Fury, do Comando Selvagem, e manteve o mundo a salvo das ameaças da Hidra e outras organizações criminosas como o diretor da S.H.I.E.L.D. Agora, Nick Fury está de volta para treinar uma nova geração de heróis: os Guerreiros Secretos! Fugindo da S.H.I.E.L.D., o superespião deve usar toda a sua astúcia e artimanha para continuar um passo à frente tanto dos inimigos quanto dos seus antigos aliados”.
Nick Fury, eita nome de peso!
esde os primórdios da editora Marvel Comics, esse personagem participa ativamente do universo criado por artistas talentosos como CARL BURGOS [TOCHA HUMANA original], JACK KIRBY [CAPITÃO AMÉRICA], STAN LEE e STEVE DITKO [HOMEM- ARANHA], entre outros, mais especificamente em 1963 na história: SGT. FURY E SEU COMANDO SELVAGEM, no original, SGT. FURY AND HIS HOWLING COMMANDOS. Criado pelos mesmos autores do HOMEM- ARANHA, os já citados STAN LEE e STEVE DITKO. FURY, apesar de não ter mantido título próprio ininterrupto, mesmo assim sempre aparece numa história, ou outra, principalmente nas do HOMEM- ARANHA e arcos como GUERRA CIVIL [MARK MILLAR] e GUERRA SECRETA [BRIAN MICHAEL BENDIS/ GRABRIELE DELL’OTTO]. Tendo participado na aurora de sua vida de inúmeros conflitos sócio políticos como a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, futuramente membro da CIA, tornou-se mais tarde superespião e agente de elite da S.H.I.E.L.D – organização fundada pela Agente PEGGY CARTER e pelo cientista HOWARD STARK-, em 1965, na edição 135 da revista STRANGE TALES.
Aqueles que não estão familiarizados com o universo Marvel, aliás, aqueles que não se importam muito em se aprofundar na história da humanidade, podem considerar o personagem totalmente estereotipado, afinal de contas, lideres durões, carrancudos, de coração de pedra são o mais comum na literatura, no cinema, na ficção como um todo, mas é importante sempre ressaltar que o personagem é antigo, tendo 51 anos de existência, e além do mais, como mencionado nos extras da edição em questão, da coleção OS HERÓIS MAIS PODEROSOS DA MARVEL, de Nº 25, ele tem como essência muito do que era ser um soldado; visto que JACK KIRBY participou da Segunda Guerra mundial e passou muito de sua experiência nas histórias deste, na personalidade de FURY, ou seja, o personagem é um dos que entram na lista dos melhores personagens desenvolvidos na arte sequencial. O universo Marvel não seria o mesmo sem sua existência. Sim, outro soldado/ espião carrancudo poderia ter sido criado, um RAMBO na Marvel, mas convenhamos: não seria NICK FURY- eis a questão! De soldado a espião, NICK tem oferecido às passagens mais marcantes na linha editorial Marvel, isso é inegável.
Ter em mãos, NICK FURY: SETE CONTRA OS NAZISTAS & AGENTE DO NADA, nem preciso dizer que me deixou muito feliz, pela admiração que tenho ao personagem, talvez por que a personalidade deste é totalmente contrária a minha, não sou nenhum pouco durão, digo sem constrangimento que verto em lágrimas com filmes românticos- devo frisar que os que têm qualidade, claro, que sejam tristes de verdade– e com essas comparações inevitáveis da vida, a gente sente, ás vezes, aquela vontade de ser parecido com um herói, mesmo que ficcional: quem, não? Porém, deixando o melodrama existencialista à parte, voltando às histórias em questão, elas foram compiladas de forma estratégica, pois, a primeira, no caso, a qual mostrou aos leitores Marvel, o Sargento NICHOLAS JOSEPH FURY, pela primeira vez, introduz com maestria a importância deste; e também, STAN LEE, provou ao editor que criou a Marvel Comics, MARTIN GOODMAN, que sua parceria com JACK KIRBY, era capaz de ter sucesso com qualquer gênero narrativo. Conseguimos, então, em SETE CONTRA OS NAZISTAS, ter uma ideia do que poderia ser possível escrever usando os integrantes do COMANDO SELVAGEM, principalmente o Sargento do grupo, FURY, que de sua forma peculiar sabe aconselhar aqueles que cruzam o seu caminho: “Não me traga os seus problemas, Dum Dum! Você tem uma granada na mão?! Use-a!”. Convenhamos: essa praticidade e racionalidade analítica espontânea são cativantes. Na trama AGENTE DO NADA, se compararmos os personagens conseguimos ver as pequenas diferenças, alias o amadurecimento do personagem, no caso, a consequência de tudo que viveu até aquele momento, desde suas expressões faciais até o seu olhar. É o mesmo FURY,
durão, aparentemente insensível, no entanto, cheio de segredos com uma postura mais resguardada, mostrando também o seu lado humano, quem sabe em pequenos detalhes provando que ele tem coração, um já não tão escondido como na época que resgatou um líder da resistência francesa quando o seu país estava sitiado pelos nazistas.
AGENTE DO NADA é escrita por JONATHAN HICKMAN e BRIAN MICHAEL BENDIS, desenhada por STEFANO CASELLI e arte final de JOHN BEATTY, se passando durante as consequências de FURY como renegado quando se envolveu em uma operação não autorizada contra o governo democraticamente eleito da LATVÉRIA, na qual usou operativos civis como agentes agressores, entre eles os super-heróis CAPITÃO AMÉRICA, HOMEM-ARANHA, LUKE CAGE e VIÚVA NEGRA, no arco chamado de GUERRA SECRETA; e a INVASÃO SKRULL, a qual no seu término NORMAN OSBORN, antigo DUENDE VERDE, nomeia a S. H. I. E. L. D. como M .A . R. T. E. L. O- o estopim para REINADO SOMBRIO. Durante a sua vida toda, a qual sob o efeito do soro da Fórmula Infinita criado pelo DR. BERTHOLD STERNBERG, retarda seu envelhecimento, FURY tem enfrentado inimigos perigosos como os Skrulls e a organização HIDRA, por isso considera que dedicou sua vida- mesmo que pensem o contrário, – salvando a humanidade, no entanto, seu mundo desmoronou por causa, da mencionada, HIDRA que conseguiu abalar o arrogante superespião; esta, secretamente, desde os principio da S. H. I.E.L. D “mexe os pauzinhos” e tem como marionete muitas organizações secretas, o próprio governo americano, monitorando o passo de cada indivíduo que lhe interessa.
FURY criou o grupo GUERREIROS SECRETOS: DRUIDA [Sebastian Druid], FOBOS [Alexander Aaron], INFERNAL [James Taylor “J.t.” Slade], MURALHA II [Jerry Sledge/Harry Creel], TREMOR [Daisy Louise Johnson] e YO YO RODRIGUEZ, treinando-os para continuarem a batalha, para que ele pudesse continuar ativo mesmo longe da S. H. I. E. L. D. Descobrindo o domínio da HIDRA, FURY com o auxilio dos seus guerreiros e com a ajuda dos antigos companheiros de batalha, o COMANDO SELVAGEM, buscam destronar o BARÃO WOLFGANG VON STRUCKER e seus aliados <subordinados> da HIDRA: KRAKEN, MADAME HIDRA, A COLMÉIA e VÍBORA, provando que não é marionete de ninguém e que consegue mostrar quem é que realmente precisa ser temido.
CONSIDERAÇÕES:
A trama de AGENTE DO NADA prende a atenção do inicio ao fim, por que a narrativa é muito bem desenvolvida, aproveitando pequenas nuances da personalidade de cada personagem, oferecendo algumas reflexões filosóficas com diálogos criveis; e um NICK FURY, como já dito: marcado pelo tempo, mas que nunca deixa de lado sua personalidade forte, dono de si mesmo apesar dos vieses da maquinação inimiga. A arte cinematográfica- meio comics, meio mangá– de CASELLI é instigante, prende a atenção nos fazendo observar cada detalhe seja do cenário seja das expressões faciais dos personagens.
Considero que AGENTE DO NADA é uma história indispensável aqueles que são fás do personagem NICK FURY- a experiência de leitura foi prazerosa e satisfez minhas expectativas.
Notas:
Para quem também curte universos paralelos, NICK FURY, tem forte presença em OS SUPREMOS de MARK MILLAR e BRYAN HITCH, e em 1602 de NEIL GAIMAN e ANDY KUBERT.