“Eu sei. Talvez eu tivesse feito à mesma coisa no seu lugar. Nós fazemos o que temos de fazer. Todos nós. E vivemos com isso.”– Homem-Aranha/ David Michelinie
SINOPSE: Horrorizado ao descobrir que seu traje negro era, na verdade, um parasita alienígena, o Aranha descartou o sinistro uniforme simbionte- mas agora ele está de volta, mesclado a um novo hospedeiro e faminto por vingança!
pós o fim de Guerras Secretas, primeira mega saga do universo Marvel, Peter Paker adquiriu um novo uniforme que demonstrou- se muito mais útil que seu antigo, o clássico azul e vermelho, visto que este aparentemente reagia até mesmo aos seus pensamentos, tomando a forma de qualquer outro vestuário, bastando apenas o desejo do portador. Mas, indícios foram surgindo de havia algo de muito errado a nova aquisição: Parker acordava cansado como se não tivesse dormido durante a noite toda (o uniforme apossava-se do seu corpo e vagava pela cidade por se alimentar da adrenalina do organismo do hospedeiro); e o Puma, percebeu que o as teias que o Homem-Aranha estava usando não eram artificias, mas sim orgânicas. Parker, então decidiu levar o uniforme para o líder do Quarteto Fantástico, Reed Richards, examiná-lo. Reed descobriu que o uniforme é, na verdade, uma forma de vida alienígena, um simbionte. Assustado o amigão da vizinhança livrou-se do uniforme com a ajuda de uma arma sônica do cientista. No entanto, o simbionte fugiu, tentou novamente apossar-se do corpo de Peter Parker. Não tendo êxito, em virtude do raciocínio rápido de Peter Parker que se valeu do sino de uma igreja para atordoar o simbionte e assim livrar se dele, pelo menos momentaneamente. Não é novidade para ninguém que o simbionte, atraído pelos desejos mais íntimos do ex-jornalista Eddie Brock, apossou-se do seu corpo, criando assim um laço de ódio em comum pelo escalador de paredes. Desejando vingança, o simbionte e Eddie Brock vão até o apartamento de Parker e atormentam Mary Jane, sua recém-esposa, e mais tarde, se apresenta a ele como Venom.
A partir desse momento temos inicio a uma série de aparições do simbionte alienígena no universo Marvel, sendo usado pelos mais variados roteiristas; e nas mãos dos artistas, que sucederam Todd McFarlane, adquirido vários designers diferentes ao longo dos anos. Venom futuramente, após, sua primeira aparição chega a se tornar um anti-herói, abandonando a rixa com Peter Parker após esse salvar a vida da ex-esposa de Brock, Ann Weying.
“Até que a morte nos separe” de Louise Simonson, nos apresenta junto a Greg La Rocque a emblemática cena de Peter Parker, dominado pelo simbionte, livrando-se deste com a ajuda do som estridente dos sinos da torre que usou como a alternativa mais viável naquele momento, visto que o QG do Quarteto Fantástico estava longe demais do conflito. O restante das histórias que o encadernado possui são assinadas por David Michelinie e com desenhos de Todd “monstro” McFarlane. No posfácio da coletânea, David Michelinie revela que a ideia inicial era de que Venom seria uma mulher e não o Eddie Brock: “No meu conceito original, o personagem era pra ser feminino. Imaginei uma mulher grávida preste a dar à luz e seu marido corre pelas ruas atrás de um taxi pra leva-la até um hospital, mas o taxista está olhando pra cima, vendo o Homem-Aranha lutando com um vilão (…), e atropela o marido matando-o. o choque disso faz com que a mulher perca o bebê e a sanidade. Ela fica internada por um tempo e então é solta ou escapa, com toda a sua vida centrada em matar uma única pessoa que culpa pela morte de seu marido e seu filho: o Homem- Aranha”. Eu não sabia disso, fiquei pasmo. Considero que teria sido interessante se isso
tivesse acontecido para a aparição de inicial de Venom nos quadrinhos, porém o diretor da época, Jim Salocrup, apesar de ter gostado do argumento, considerou que não valeria a pena correr o risco dos leitores não gostarem de ver o Homem- Aranha apanhando de um personagem feminino (pois, é, sexismo desde sempre). De qualquer forma, Venom se tornou icônico, sendo um personagem extremamente querido do universo Marvel (quantas vezes não joguei com ele em Marvel vs Capcom no Arcade?). Apesar de alguns o considerarem com um background fraco, eu considero o contrário, no entanto, concordo que Michelinie forçou a barra no capítulo “Venom”, mais especificamente na cena na qual o Homem-Aranha sofre para pegar a arma sônica de Reed Richards, esticando o braço de forma sofrida, enquanto Eddie Brock explica todo seu conflito existencial (por causa das consequências de ter dado ouvidos para um informante pirado para uma de suas matérias), ao invés de usar um feixe de teia. Enquanto a arte, esta eu afirmo ser fenomenal. Claro que McFarlane estava em fase de evolução artística, estando em seu ápice, na arte de Violador de Spawn, quando co-fundou a Editora Imagem Comics, com Erik Larsen, Jim Lee, Rob Liefeld e Marc Silvestre, no entanto, durante sua fase no titulo de aracnídeo, podemos considerar os movimentos dos personagens incríveis, sendo eles (por mais forçado fisicamente que possam ser) dinâmicos, oferecendo vivacidade para os quadros narrativos. O Venom musculoso na época arrepiou muitos leitores com sua boca imensa de presas afiadíssimas. Afora que o simbionte ainda gerou Carnificina outro personagem fodido do universo Marvel.
A Coleção Definitiva-Homem-Aranha: O Nascimento de Venom para quem gosta dos roteiros de David Michelinie e da arte de Todd McFarlane vale muito mais a pena do que o encadernado da Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel– O Espetacular Homem-Aranha: O nascimento de Venom que possui muitas histórias aleatórias, tendo as mãos dos artistas apenas nas últimas 40 páginas finais da coletânea, apesar do destaque dos nomes deles na capa.
A Coleção Definitiva MARVEL- Homem-Aranha: O Nascimento de Venom, Nº18, publicada pela Editora SALVAT, compila as edições Web of Spider- Man 1 (escrita por Louise Simonson, desenhada por Greg La Rocque, arte-finalizada por Jim Mooney, cores de George Roussos) e The Amazing Spider-Man 298-302 (escritas por David Michelinie, desenhadas por Todd McFarlane, arte-finalizadas por Bob McLeod, Josef Rubinstein, cores de Janet Jackson, Bob Sharen e Gregory Wright).