LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA- OS MELHORES DO MUNDO: MESTRE DOS SONHOS #26 [GRANT MORRISON/ HOWARD PORTER]


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Estamos em um sonho que a criatura construiu como campo de concentração. Que tipo de regras se aplicam?”- Superman

Você veio com um manual de instruções para o mundo desperto, Super- Homem? Você já esteve aqui antes.”- Daniel [Sandman]


SINOPSE: “Numa noite, todos os habitantes do planeta Terra caem em sono profundo, exceto a Liga da Justiça. Em meio ao salvamento de carros, aviões e navios desgovernados, os heróis recebem uma surpreendente visita na Torre de Vigilância: Sandman! Indiferente aos questionamentos cada vez maiores dos heróis, o Mestre dos Sonhos alerta à Liga que, para libertar o mundo, será preciso salvar uma criança, cuja vida corre perigo em nome… da Coisa!” Guia Dos Quadrinhos.


Quando li ENTES PERPÉTUOS: O UNIVERSO ONÍRICO DE NEIL GAIMAN, de HEITOR PITOMBO, descobri sobre a aparição de DANIEL, considerado o filho de MORFEUS por ter nascido no REINO DOS SONHOS, que assumiu o cargo após sua morte, numa história escrita por GRANT MORRISON. Claro, como leitor aficionado por SANDMAN– e criações de NEIL GAIMAN– queria muito lê-la, mas infelizmente demorei um tanto para encontra-la, o fazendo há pouco tempo, tendo lido apenas nessa noite de chuva.

“… PERCHANCE TO DREAM” é o título de JUSTICE LEAGUE786659-jla22 OF AMERICA #22, no qual DANIEL “dá as caras”, se formos traduzir ao pé da letra, seria algo como “… talvez, sonhar”, no caso, o termo, Perchance, não é muito utilizado, segundo um amigo meu, era bastante difundido no inglês arcaico, comum na época de SHAKESPEARE. Digo isso por que, logo pelo título, já podemos ter noção da forma que GRANT MORRISON trata suas narrativas.

No Brasil, o título foi traduzido como MESTRE DOS SONHOS, obviamente para existir uma referência mais explícita ao personagem ícone do selo VERTIGO, SANDMAN. A edição #26, da LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA: OS MELHORES DO MUNDO, publicada pela EDITORA ABRIL, em 1999, contêm três historias: a primeira delas, O FIM DE UMA ERA, equivalente a edição # 562 de ADVENTURES OF SUPERMAN, a segunda, A COISA, edição JLA # 22, a terceira, CONQUISTADORES, continuação direta da segunda história, edição JLA #23.

O FIM DE UMA ERA possui o argumento de KARL KESEL e JERRY ORDWAY, desenhos de TOM GRUMMETT, e, basicamente, mostra as consequências da compra de LEX LUTHOR DO PLANETA DIÁRIO, mudando o nome para LEXCOM; e a fuga de MIKE “METRALHADORA” GUNN, da U.C.E., com a ajuda da INCENDIÁRIA, que são impedidos pelo Homem de Aço.

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Como todos sabem quando SANDMAN começou a ser publicado, no caso, a releitura de GAIMAN, o personagem ainda fazia parte do selo DC Comics, no entanto, a partir do momento que começaram  a surgir histórias com teor mais sombrio, incluindo SANDMAN, como, por exemplo, a releitura do MONSTRO DO PÂNTANO por ALAN MOORE, a editora acabou criando o selo adulto VERTIGO, porém mesmo que GAIMAN tivesse se distanciado um pouco do universo DC, durante a narrativa da trajetória do REI DOS SONHOS, este nunca chegou a se distanciar completamente, colocando, a título de exemplo, a aparição de SUPERMAN e BATMAN, durante o funeral de MORFEUS, em SANDMAN: O DESPERTAR. Por isso sempre existirá a possibilidade dos escritores utilizarem os personagens criados por GAIMAN, no universo “normal” da DC Comics, mesmo que o escritor inglês não queira que isso aconteça. Até onde tenho ciência, existe um acordo de NEIL GAIMAN com a editora, de que, mesmo que a DC seja dona do personagem MORFEUS, apesar do escritor ter reinventado o personagem, tornando o totalmente diferente de WESLEY DODDS, SANDMAN da Era de ouro dos quadrinhos, esta não permitirá a utilização do personagem por outro escritor sem seu consentimento, no entanto, o seu substituto, DANIEL, não faz parte do acordo, ou seja, este pode ser utilizado. Pelo o que andei pesquisando, GAIMAN não era de acordo que GRANT MORRISON, usasse DANIEL nessa história, mas não pôde impedir. De qualquer forma, DANIEL, após essa aparição parece ter sido esquecido.

A APARIÇÃO DE DANIEL NA TORRE DA VIGILÂNCIA:


gears-of-war-skull-2WARNING: Contêm Spoilers


Algo está erLiga das justiça da américa- mestre dos sonhos-03rado”, um menino vagando pelas ruas, de nome MICHAEL HANEY, reflete sobre isso, ele não sabe exatamente o que é, mas novamente, após entrar em sua casa, repete em sua mente: “Algo está errado”. Parece uma noite como qualquer outra, envolto em sombras, a lua brilhante no céu, e alguma coisa espreitando, vigiando as pessoas, vigiando o menino… Esperando. Enquanto isso, talvez, do outro lado da cidade, SUPERMAN é convocado por AJAX, O MARCIANO, que diz que as pessoas estão começando a cair num sono profundo, algo está totalmente errado, SUPERMAN ruma, então, para a TORRE DA VIGILÂNCIA.

MICHAEL HANEY, por sua vez, agora está no Reino dos Sonhos, adormeceu depois de fazer alguns desenhos em sua solidão, no quarto.

Na torre, DALJA- Mestre dos sonhos-04NIEL, o novo SANDMAN, está à espera de todos os heróis, segundo, o anjo renegado, ZAURIEL, o perpétuo é uma forma abstrata, as máquinas revelam isso.  “É mais antigo do que pensa. Espreitou o mundo e agora ataca. Primeiro, conquista nos sonhos. Depois na realidade”, diz, DANIEL, quando indagado por SUPERMAN sobre o que seria a presença alienígena que possivelmente está causando o sono repentino dos cidadãos. DANIEL também revela, entre um e outro signo em sua linguagem metafisica, que uma criança clama pela ajuda d’OS MELHORES DO MUNDO, e esta está no plano onírico, lugar que os heróis devem ir, agindo de acordo com a do menino.

MICHAEL HANEY, continua no seu quarto, mas diferente de antes, no plano onírico, sendo tentado pelo alienígena, pela COISA.

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A COISA, no sonho, domina a mente das pessoas, divide suas emoções, interfere na sua vontade de potência, deseja torna-las suas marionetes, Zumbifica -las, enquanto, HANEY, procura por um nome, não, mais que isso, procura superar o niilismo, auxiliado pelo mensageiro DANIEL, o SENHOR DOS SONHOS, que mostra o desenho feito por HANEY, antes de adormecer: o SUPER- HOMEM, essa é a salvação da perda da razão, perda dos sentidos, ele precisa tornar-se o Super Homem do filosofo, NIETZSCHE.

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Durante esse meio tempo, os heróis: SUPERMAN, MULHER MARAVILHA, LANTERNA VERDE [KYLE RAYNER] vagam pelos sonhos a procura do menino perdido, o menino que deposita fé nos potencial dos heróis. “Por que você sempre exita? Jordan, que usou o anel mágico antes de você… afeta todas as suas ações” afirma, DANIEL, quando, KYLE, demonstrasse inseguro, sem saber o que fazer, nem aonde ir. O LANTERNA VERDE, novamente, demonstra insegurança quando age de acordo com sua vaidade, mesmo admirando HAL JORDAN, e diz que todos consideram JORDAN, o antigo portador do anel, como o melhor Lanterna de todos, porém DANIEL, afirma que KYLE, sabe algo que JORDAN nunca aprendeu: sentir medo. A coragem pode, em muitos casos, gerar arrogância, favorecer a fúria, enquanto o medo, quando superado, consegue tornar- o individuo virtuoso, digno, capaz de se sacrificar por um ideal.

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As duas passagens são extremamente importantes na narrativa por que, ao mesmo tempo em que, DANIEL está com os heróis, também está com HANEY, e após mostrar esses dois pontos de vistas, uma consciência onírica reflete: “Mas é só imaginação. Todos dizem que ele tem isso de sobra. Que ele é estranho. Ela sabe”.

Por um lado, o individuo deve se aperfeiçoar, potencializar sua própria personalidade, buscar sua própria felicidade, e não a felicidade coletiva, antes de pensar na sociedade, tornar-se o Super Homem; por outro, o indivíduo deve vencer o medo, seguir em frente, ser capaz de ajudar, amar o próximo, buscar a paz coletiva– o Lanterna Verde é o signo para isso. Mas: “A voz do pai é grossa e engraçada, como se ele falasse com gelatina na boca. Como duas vozes ao mesmo tempo. Talvez seja só imaginação.”, prossegue a voz onírica.

A entidade alienígena, segundo, AQUAMAN: “A Coisa… está livre… divide… e invade (…) ela é mais velha que o tempo (…) ela divide e conquista.”, no entanto, quando a vontade de potência do menino, HANEY, aliada a convicção dos heróis no sonho; e o esforço dos membros da LJA despertos, a COISA é derrotada, seu sonho deixa de ser palpável, e o conquistador descobre que acima do lobo no riacho que devorou a ovelha que, supostamente, sujou sua água, existe outro lobo mais feroz acima, espreitando, capaz de devorá-lo.

“Nas mansões ilimitadas do rei das histórias um sonho termina”

CONSIDERAÇÕES:

Toda a narrativa de MORRISON é repleta de simbolismo, começando pelo designo da entidade alienígena: A COISA. É bem provável que ela seja da mesma raça de STARRO, O CONQUISTADOR ESTELAR, que apareceu pela primeira vez na história, THE BRAVE AND THE BOLD #28, em 1960, porém isso não é claro, MORRISON, nos deixa na duvida, afinal de contas, mesmo tendo as mesmas particularidades, STARRO, é roxo, ao passo que, A COISA é verde, de tamanho descomunal. Importante frisar que o nome do segundo capítulo é CONQUISTADORES, e tem duplo sentido: tanto pode remeter e especificar que a COISA é descendente de STARRO; quanto é o símbolo “Nietzschiniano” para o Super Homem, do filosofo, tendo como base HANEY e os membros da LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA.  A denominação COISA também remete a especulações metafísicas , por exemplo, se alguém pegar uma pedra, puser em cima de uma mesa, em seguida com uma marreta dividi-la no meio, o resultado será: duas pedras, ou uma pedra partida em dois pedaços? Ou seja, quantas coisas serão? O que é uma coisa? Definimos as coisas por suas propriedades individuais, ou como um todo?

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_“Cuidado com a coisa, coisando por aí, a coisa sempre coisa, também coisa por aqui… Sucesso e seu resgate envenena sua atenção”Marcianos Invadem a Terra [Legião Urbana]

MORRISON, não por acaso, quis usar DANIEL em sua história; em A TEMPESTADE, SHAKESPEARE, versa o seguinte: “Somos feitos da matéria de que são tecidos os sonhos e a nossa vida tão curta tem por fronteira um sono”, ou seja, todas as informações que temos em relação ao universo como um todo, são representações de nossa mente, então como é possível provar a existência de uma realidade? Quando pensamos em alguma Coisa, prontamente vem à mente o contrário de Nada, mesmo que não tenhamos a imagem delineada de objeto, ou ser vivo, LJA- Mestre dos sonhos-10algum. Durante o período de sono, e consequentemente sonhos por mais que haja nossa interação, tudo sempre remete a névoas, e muito do que vivemos empiricamente nesse momento, ao acordarmos cai no esquecimento. Quando KYLE acredita já ter despertado do sonho, diz que pode então fazer o que quiser; é possível se libertar das representações das crenças? O conceito, de superação individual e transcendência além da estrutura e contexto, de NIETZSCHE, aparece nesse momento da narrativa.

Usar a COISA como um conceito filosófico de nossa definição <Não definição> da realidade; e DANIEL como a representação abstrata das ideias, analogando, tanto com conceitos de NIETZSCHE; quanto com o MITO DA CAVERNA do filósofo grego, PLATÃO, foi uma “sacada” extremamente filosófica, praticamente irônica, de certa forma.

A história é capaz de oferecer várias interpretações seguindo a premissa entre especulações da realidade e dos sonhos; MORRISON conseguiu em poucas páginas fazer jus ao personagem <conceito> “criado” por NEIL GAIMAN. A arte de HOWARD PORTER é caprichada, principalmente nos quadros com DANIEL.

“Ela teme o que sabe. Ela sabe o que todos os conquistadores descobrem: sempre há alguém maior que você”

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/melhores-do-mundo-os-n-26/mmu0302/7248

http://observationdeck.kinja.com/a-history-of-dc-crossovers-the-sandman-1708127365

https://pt.wikipedia.org/wiki/Kyle_Rayner


LIGA DA JUSTIÇA: TORRE DE BABEL [MARK WAID/ DAN CURTIS JOHNSON/ HOWARD PORTER/ PLABO RAIMONDI/ STEVE SCOTT…]

 

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Quantas vezes você sonhou em ouvir  a voz de seu pai de novo? Ou sentir o toque de e sua mãe?Ra’s al Ghul!.

Ou ser digno da memória deles?”- Batman.


SINOPSE: “Os arquivos secretos de Batman sobre a Liga da Justiça caíram nas mãos do seu mais antigo e mortal inimigo: Ra’s al Ghul! Agora, Superman, Mulher Maravilha, Aquaman, Caçador de Marte, Lanterna Verde e Flash estão sendo levados a armadilhas especificamente projetadas para se opor às suas notáveis habilidades. Será que a Liga da Justiça sobreviverá? E se sobreviver, será capaz de perdoar Batman por esta terrível traição?”.


Então, a humanidade agindo de acordo com sua vaidade desmedida começa a construir uma torre que conseguiria chegar até os Deuses, no entanto, Javé, de acordo com o Velho Testamento, derruba com sua onipotência a construção egocêntrica, e para garantir que sua vontade seja satisfeita, no caso, de que descendentes de Noé se espalhassem pelo mundo, o habitassem, não se agrupando em um único lugar, também mistura as línguas criando assim a possível origem para os idiomas diferentes que tecem a civilização.

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LIGA DA JUSTIÇA: TORRE DE BABEL [JLA TOWER OF BABEL] mantem como premissa essa alegoria bíblica, no caso da minissérie de MARK WAID e DAN CURTIS JOHNSON, a Torre, construída e mantida em segredo na Antártica por RA’S AL GHUL, é capaz de interferir no processo de decodificação do cérebro que garante a possibilidade de compreender sinais e sons, causando assim, no começo, a impossibilidade da humanidade de compreender a linguagem tanto escrita quanto de sinais, e depois de um tempo, também afetando a linguagem falada, que por consequência causa o caos e a eminência de guerra, muito provavelmente chegando a nível bélico. A ironia alegórica está no fato de que a humanidade classifica os seres vivos da natureza- ou “não” vivos, se incluirmos os vírus– criando uma torre <Pirâmide>, por assim dizer, dividindo em gêneros, que são dividias em famílias, e assim em diante, culminando nos reinos, e por existir a necessidade da cadeia alimentar os humanos decidem quais os seres vivos, seja animal, vegetal… Que devem ser sacrificados para garantir a existência da espécie, ou seja, a raça humana. Por tanto tal fator em consequência afeta a natureza porque o homem não sente necessidades apenas fisiológicas, mas também de outros itens que, por exemplo, fazem parte da Hierarquia de necessidades de Maslow, teoria cunhada pelo psicólogo americano, MASLOW, como a necessidade de segurança, o que exige moradias, por isso quantas florestas já não foram devastadas para existir grandes metrópoles? A natureza, então há muito tem sofrido pela intervenção do homem; no universo DC COMICS, esse egoísmo perturba o vilão, RA’S AL GHUL, que prevê uma catástrofe ambiental sem precedentes se a condição humana continuar na mesma, por isso, construiu a TORRE DE BABEL: diminuir a quantidade de seres humanos no mundo, facilitando assim o controle sobre eles. RA’S AL GHUL, não é movido por motivos egoístas, na verdade ele quer salvar a natureza, porém como alguns psicopatas, este tem sua própria noção de justiça, ignorando a injustiça em seus próprios atos.

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Para concretizar o seu plano, sabia que precisava tirar de cena os heróis mais poderosos que protegem a Terra: AQUAMAN, FLASH, SUPERMAN, CAÇADOR DE MARTE,MULHER MARAVILHA, LANTERNA VERDE [KYLE], HOMEM BORRACHA, BATMAN, ou seja, a LIGA DA JUSTIÇA,  consegue tal intento com a ajuda do próprio BATMAN que, no seu calculismo, têm estudado todos os seus amigos de equipe para ter meios de imobiliza-los, caso sejam dominados por alguma entidade- como já aconteceu no passado, o caso Agamenon, no qual a LJA foi dominado e causou temor nos terráqueos, – e mantinha, na TORRE DA VIGILÂNCIA, registros especificando esses métodos. Roubando, por intermédio da filha, TALIA, esses arquivos, e distraindo o homem-morcego com uma das poucas formas que podem afetá-lo emocionalmente, aos poucos RA’S AL GHUL consegue conter os heróis, auxilado por sua LIGA DAS SOMBRAS, e inicia seu plano de redução da superpopulação e possível controle sobre os restantes.

A ironia é o mote da história, a analogia com o evento bíblico, no entanto, o cerne do conflito, está na forma que os personagens, sejam os heróis, sejam vilões, reagem a precaução de BRUCE WAYNE. E claro, não apenas os conflitos internos dos personagens vão sendo desenvolvidos durante a trama em relação ao ato, talvez, traiçoeiro, mas somos convidados a entrar nesse questionamento e assim, talvez, chegarmos as nossas próprias conclusões.

Durante o pano de fundo da história, essa questão das pessoas não conseguirem compreender umas as outras, podendo causar uma guerra que dizimaria a humanidade, me incomodou um pouco por que num mundo na qual não existem apenas os heróis membros da LIGA DA JUSTIÇA, o evento carrega em si a temática das minisséries que envolvem a vida de todos os personagens como, por exemplo, FIM DOS TEMPOS, porém durante a trama nenhum personagem, além daqueles da LJA, aparecem- eu considero isso um tanto inverossímil.

Quanto aos desenhos, estes são bem detalhados, cumprem bem o papel, apenas, em alguns casos, incomoda o exagero nas expressões dos personagens.

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_As expressões tanto podem não incomodar o leitor quanto podem deixar incomodado a níveis apocalíticos.

Mesmo que exista um ou outro pequeno detalhe que incomoda, a minissérie, não por acaso, é uma das mais lembradas pelos aficionados pelo universo DC Comics, e realmente não poderia deixar de fazer parte da linha DC COMICS COLEÇÃO DE GRAPHICS NOVELS da EAGLEMOSS: COLLECTIONS.

LJA- Torre de Babel 02A edição da EAGLEMOSS, VOLUME 4, contêm a primeira aparição da LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA na história: STARRO, O CONQUISTADOR, na qual enfrentam o vilão STARRO, vindo do espaço sideral, capaz de tornar gigantes as estrelas do mar, tornando-as suas subordinadas- aliás, a própria aparência de Starro é de uma estrela do mar, -intencionando dominar o universo, começando pelo planeta Terra. Os extras são galerias de capas, informações sobre a origem da LJA, descrição dos eventos que culminaram em Torre de BABR-057-017gabel.


O arco no Brasil, anteriormente saiu pela EDITORA ABRIL, na linha SUPERMAN– SUPER-HERÓIS PREMIUM, Nº 17, em 2001/ SUPERMAN- SUPER-HERÓIS PREMIUM, Nº 21, em 2002.



LIGA DA JUSTIÇA: A LEGIÃO DO MAL [JUSTICE LEAGUE: DOOM] é uma animação de 2012, dirigida por LAUREN MONTGOMERY, que adaptou livremente TORRE DE BABEL, mudando vários detalhes, princip22almente o responsável pelo roubo das informações confidencias do BATMAN, no caso, ao invés de TALIA, é o vilão SAVAGE.

TRAILER:

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_da_Justi%C3%A7a:_Torre_de_Babel

http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/superman-1-serie-n-17/sm00301/8171


A LENDA DA CHAMA VERDE [NEIL GAIMAN]- DC COMICS/ WIZARD-BRASIL Nº03


A lenda da chama verde neil gaiman dcE eu caminho por lugares obscuros… vocês me lembraram a humanidade, sempre tentando classificar o que vê, procurando segurar o que não pode ser contido… Se eu realmente tivesse um lugar, um lar, como poderia ser uma FANTASMA?Vingador Fantasma.


Wizard Brasil Nº 03 CapaNetfontes_vampire_games_Logo LENDA DA CHAMA VERDE, infelizmente- principalmente para aqueles que prezam o talento de contar histórias de NEIL GAIMAN– é uma obra que passou despercebida por muitos brasileiros aficionados por quadrinhos, talvez por ter sido publicada na revista WIZARD BRASIL Nº 03 que nem todos tinham o costume de comprar, talvez pelo fato que a história tenha sido escrita no ano 1988, a pedido de MARK WAIDnaquela época uns dos editores da revista ACTION COMICS WEEKLY, no entanto, publicada apenas mais de 10 anos depois, em 2000, tornando-a fora da cronologia normal do universo DC- mesmo que ela não o seja de fato.

A obra, no original: GREEN LANTERN/SUPERMAN: LEGEND OF THE GREEN FLAME, é uma interessante narrativa feita por GAIMAN, um ano antes do seu Magnum opus: SANDMAN, e seria o último volume do título ACTION COMICS WEEKLY que seria cancelada por baixa venda de mercado, no caso a história de GAIMAN encerraria o ciclo da revista como uma forma de homenagem, porém, não pôde ser usada naqueles tempos; a trama não se encaixava dentro do UNIVERSO DC por um simples detalhe: HAL JORDAN conhecia a identidade secreta do SUPERMAN, CLARK KENT. Isso entrava em contradição com a linha de tempo ficcional, já que o título do homem de aço havia passado por uma reformulação nas mãos do escritor JOHN BYRNE [Os Fabulosos X-Men: A Saga da Fênix Negra, Quarteto Fantástico] em tempos PÓS-CRISE NAS INFINITAS TERRAS, o qual havia assumido o título em 1986, e nessa fase HAL não tinha ciência de quem era o filho de KRYPTON. WAID havia aprovado o roteiro – e segundo ele, tinha gostado muito do enredo -, mas por esse enclave, precisou pedir que NEIL reescrevesse mudando esse detalhe, o que não foi aceito – afinal de contas o lirismo da obra possui isso como uns dos princípios de toda narrativa, – sendo então, A LENDA DA CHAMA VERDE, engavetada por muitos anos até que HAL JORDAN começou a ter seus méritos próprios como personagem; GAIMAN por sua vez já estava bastante conhecido na mídia, e a DC Comics propôs ao escritor publicar alguns trabalhos antigos de sua autoria. A editora KAREN BERGER [sempre ela] se lembrou do roteiro não aproveitado; e GAIMAN contatou WAID, o antigo diretor da DC para saber se não haveria problema por questão de continuidade ficcional, este respondendo que não, decidiram aproveitar o momento oportuno para publicar a história como encadernado no ano de 1996.  Então tiveram outro enclave: o resgate do script. Conseguir a história de certa forma foi um processo problemático, simplesmente por que ele não tinha mais o roteiro e não havia cópia nos arquivos da DC. Uns dos amigos de GAIMAN, BRIAN HIBBS, proprietário da gibiteria SAN FRANCISCO’S COMIX EXPERIENCE, para quem ele havia dado uma cópia, também não tinha, no entanto, este lembrou que havia feito outra  cópia para um amigo: JAMES BARRY, que guardava consigo e devolveu, possibilitando assim que GAIMAN contatasse o diretor que tinha assumido o cargo nessa mesma época, BOB SCHRECK, entregando o material- para deleite do público que pôde ter em mãos essa aventura do Homem de aço e o LANTERNA VERDE, dos primórdios da Era de Prata dos Quadrinhos, HAL JORDAN.

A HQ possui 40 páginas com uma estrutura um tanto fora do usual: contendo QUATRO CAPÍTULOS, PRÓLOGO, EPÍLOGO, e dois ESTRANHOS INTERLÚDIOS divididos na obra de forma bem incomum, sendo, tal anarquia, recurso narrativo extremamente funcional para o lirismo da aventura dos dois super-heróis clássicos.  A edição tem 13 nomes de peso, além de GAIMAN:

A arte do PRÓLOGO 1949 é autoria de EDDIE CAMPBEL; MIKE ALLREDTERRY AUSTIN assumiram O CAPÍTULO UM, MARK BUCKINGHAN , metade do mesmo;  O CAPÍTULO DOIS, JOHN TOTLEBENMATT WAGNER, ESTRANHO INTERLÚDIO; ERIC SHANOWER e ARTHUR ADAMS, O CAPÍTULO TRÊSJIM APAROO ESTRANHO INT79_49528_1_GreenLanternSupermanLegendofthERLÚDIO 2KEVIN NOWLAN, CAPÍTULO QUATRO; e JOHN LITTLE, O EPÍLOGO. A edição teve cores de MATT HOLLINGSORTH, e FRANK MILLER, o autor da capa.

A Versão original possui essa linda contra capa, algo que não temos no Brasil por ter saído apenas na Wizard-Brasil

gears-of-war-skull-2DESENVOLVIMENTO DO ENREDO: [CONTÊM REVELAÇÕES]:

No final da SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, no ano de 1949, dois FALCÕES NEGROS encontram dentro de um bunker abandonado na Europa uma LANTERNA VERDE entre outros objetos notoriamente pertencentes à SOCIEDADE DA JUSTIÇA; Mesmo não sabendo a utilidade, ou se tem algum valor comercial, um deles leva o artefato consigo por ter um lapso de memória que remete o achado a algo dito por seu pai anos atrás, porém incerto.  Quarenta anos se passam, HAL JORDAN, decide procurar por CLARK KENT em seu trabalho no PLANETA DIÁRIOquando este demonstrou não ter interesse em atender suas ligações– para conversar um pouco, muito provavelmente desabafar sobre sua condição emocional atual, no entanto, diferente do que CLARK queria, no caso voltar para sua casa, recebeu um pedido de LOIS LANE para cobrir a abertura de uma exposição num museu. Ela não poderia fazê-lo por causa do surgimento de uma pauta urgente. Com o argumento de que tinha ingresso para duas pessoas; esses aceitaram a oferta. Após, caminharem pela noite, saírem ilesos da tentativa frustrada de uma gangue em assaltar ambos, e HAL JORDAN não conseguir seu intento de desabafar, ambos chegam ao museu e nele encontram algo que parece muito com uma lanterna usada por ALAN SCOTT, o primeiro Lanterna Verde, mas, que não faz parte dos GUARDIÕES DE OA. Nesse momento acontece o inesperado: ao tentar recarregar o seu anel na Lanterna, ambos os heróis morrem na explosão gerada durante o ritual. A alma do Lanterna e do Homem de aço acabam indo para o LIMBO, encontrando DEADMAN– DESAFIADOR, como é conhecido no Brasil, – que “explica” a situação, e numa tentativa de JORDAN de tirar a alma de ambos do lugar acaba por piorar a situação e enviá-los para o INFERNO; é nesse momento que o SUPERMAN sofre uma revelação sobre a penitência dos mortos ali enclausurados: ELES ESTÃO ALI POR ESCOLHA PRÓPRIA.

a lenda da chama verde espectro

_Deadman

 

Nesse meio tempo, o VINGADOR FANTASMAuns dos místicos do universo DC– abandona sua atual moradia na pretensão de algo que não sabemos até o momento a intenção.  Assim que HAL consegue tirar a alma de ambos do caldeirão infernal, retornam ao museu, mas dessa vez dentro da Lanterna, que haviam encontrado, na qual encontram a entidade CHAMA VERDEou seja, referente ao título da história. Nisso temos a revelação de que foi ela quem os trouxe até sua presença.  A CHAMA VERDE tenta persuadir HAL a abandonar os Guardiões, por conseguinte tornar-se um servo seu, optando pelo poder derivado da MAGIA e não da CIÊNCIA a qual é o fundamento comum das baterias – e anéis – dos guardiões, porém, o VINGADOR FANTASMA aparece e auxilia HAL, lembrando-o que ALAN SCOTT, o antigo Lanterna Verde, tinha poder obtido dessa lanterna; conjurando, então o lema “perdido no tempo” consegue controlar a CHAMA VERDE, o suficiente para saírem dessa enrascada com o VINGADOR ajudando-os a voltarem para seus corpos e levando a lanterna verde consigo- oferecendo assim para ambos além da liberdade uma nova perspectiva de vida para si.

a lenda da chama verde lanterna e superman

CONSIDERAÇÕES [E viagens psicodélicas]

É perceptível para quem conhece SANDMAN que GAIMAN em A LENDA DA CHAMA VERDE, trabalha aspectos similares. De certa forma, é como um pequeno “ensaio experimental” do que seria a saga de MORFEUS: alguém procurando seu lugar, buscando novos valores, tendo como pano de fundo na narrativa, misticismo e questões filosóficas.

HAL JORDAN está sentindo-se perdido no mundo, já não “vive” o mesmo sentimento com a namorada- no caso ex -, os amigos não parecem mais precisar dele- no caso OLIVER QUEEN, o ARQUEIRO VERDE-, carrega o fardo de ter acidentalmente destruído a BATERIA CENTRAL de OA, em suma, parece não fazer parte de nada e guarda dentro de si o mais variados demônios, ou seja, isso não é muito diferente de SONHO que apenas com a ajuda de um ente querido, sua irmã MORTE, redescobre novos motivos para seguir em frente. No caso de HAL, seu laço fraternal é com o amigo lanterna 02CLARK que, como a MORTE, é mais seguro de si naquele momento. GAIMAN, aqui já demonstra seu apego por questões METAFÍSICAS, trazendo de volta a linha cronológica dos LANTERNAS VERDES, a bateria energética da Era de Ouro dos quadrinhos, aquela usada por ALAN SCOTT,  que não possui a mesma essência que as baterias dos GUARDIÕES DE OA, esta no caso tendo a magia como fluxo de energia; outra questão abordada é a RELIGIOSIDADE: após a morte os heróis vão parar no limbo e encontram o personagem ESPECTROque GAIMAN usaria mais tarde em OS LIVROS DA MAGIA.  Também é importante mencionar que usar o limbo e o inferno dessa forma foi sugestão de ALAN MOORE para se encaixar no conceito de Limbo e Inferno de sua saga no título MONSTRO DO PÂNTANO. ESPECTRO se demonstra um tanto sarcástico quanto ao desespero dos heróis recém-mortos e isso é interessante. Vale lembrar que o limbo no cristianismo é considerado o lugar onde as crianças quando morrem, sem ter recebido a graça batismal, vão, não indo nem para o PARAÍSO, nem para o inferno por que apesar de tudo estão livre do pecado.

Muitos casos de crianças sofrendo depressão mostram que elas, muitas vezes, se culpam por algo que não é necessariamente sua culpa, e JORDAN como um menino sofrido carrega o peso dos Lanternas mortos no acidente em OA e a solidão que isso causa em si. Temos também o homem de aço demostrando certa arrogância em sua atitude ao confrontar ESPECTRO cara a cara e isso é um detalhe importante. Assim que ambos seguem para o inferno por HAL tentar novamente com a ajuda do anel retornarem a realidade, no caso a vida, acabam indo para o inferno. É nesse momento a parte filosófica-espiritual da coisa toda: No limbo, CLARK, disse que apenas a KLYPTONITA e a MAGIA poderiam feri-lo, mas quando adentram o círculo infernal descobre que a existência, principalmente a sua, não é apenas uma questão do que pode feri-lo fisicamente ou não, mas, sim a própria psique dos seres capazes de raciocinar. Os mortos ali pagando pelos seus pecados estão nessa penitência por que eles próprios o querem; esse conceito é abordado por GAIMAN de forma magistral em ESTAÇÃO DAS BRUMAS, SANDMAN.

A REVELAÇÃO leva o SUPERMAN às lágrimas; o limiar do limbo que estavam anteriormente, o levou agora para as profundezas do inferno e eminente insanidade ao saber que- e esse é uns dos dilemas humanos mais sofridos da vida– não é possível ajudar aqueles condenados a menos que eles queiram.  Logo mais, após saírem do inferno e irem de encontro com A CHAMA VERDE, esta se demonstra uma entidade similar à SERPENTE incitando EVA a comer o fruto da ÁRVORE DO CONHECIMENTO, ou, LÚCIFER buscando seguidores no intuído de destronar JEOVÁ, porém, o “santo” SUPERMAN, e o confuso JORDAN são auxiliados pelo VINGADOR FANTASMA, o ANJO da “parada”- que sempre teve como principal característica participar de várias histórias de outros personagens, mas, sua própria vida continuar um mistério: lembre-se da conversa que ele estava tendo no seu apartamento em NOVA YORK com OS LORDES DA ORDEM E DO CAOS. O VINGADOR incentiva HAL a lembrar de que as forças podem ser dominadas, mesmo as forças do CAOS podem ser CONTROLADAS; ouvindo o conselho usa O VERBO, no caso, O JURAMENTO antigo de ALAN SCOTT, para assim sobrepujar a força em desiquilíbrio- é importante lembrar que no conceito, “Vertigo” de Gaiman, a magia, é nula do bem e do mal, sendo aqueles que a utiliza quem dá a medida da força gerada.

a lenda da chama verde


Há muito no que “se viajar” na narrativa de NEIL GAIMAN, emWwoman158 poucos detalhes ele consegue homenagear muitos personagens- e até mesmo aparece dentro da história num easter egg bem legal-, logo no Prologo menciona CHANG TZU, conhecido também como EGG FU, um vilão da ERA DE PRATA, agente comunista com aparência de ovo- bem bizarro, por sinal, – e não para por aí. A primeira homenagem feita foi à SOCIEDADE DA JUSTIÇA, mostrando a máscara de gás e o, sobretudo de WESLEY DODDS, jogado entre os escombros.  Na época que NEIL escreveu esse roteiro, o personagem WESLEY DODDS, o SANDMAN da ERA DE OURO, em determinado processo de revitalização passou a ser membro da SOCIEDADE. É importante mencionar que GAIMAN queria trabalhar esse personagem, mas, pelo fato citado, isso não poderia acontecer no momento. Voltando ao roteiro, temos na cena da inauguração do Museu, SELINA KYLE, a MULHER GATO, dando o ar de sua graça. Surgem outras referências que valem a pena procurarem, no entanto uma bem legal e que, infelizmente, na tradução encontrada na revista WIZARD-BRASIL se perdeu, é o momento final no qual CLARK KENT se despede de HAL JORDAN e atrás deste, um homem está tirando as letras de um luminoso do cinema, onde está escrito FATAL ATRACTION, ficando apenas ACTION, ou seja, referência a ACTION COMICS WEEKLY.

Neil Gaiman em A lenda Da chma verde,ester


É fato que, apesar de todas as homenagens e conceitos, a narrativa em determinados instantes parece um tanto crua, nos fazendo refletir que os aspectos ali contidos da história poderiam ser muito mais explorados se contivesse mais capítulos, mas, não acredito que seja preguiça de GAIMAN em aprofundar o roteiro – sendo que a publicação ocorreu 10 anos depois de ser concebido, – mas, sim que se sentiu satisfeito com o resultado de qualquer forma: “Eu me orgulhei de aproveitar os elementos do enredo de Action Weekly, como retratar o Lanterna Verde – então o “homem sem medo” Hal Jordan – como alguém enfrentando uma crise emocional e que havia ligado para seus amigos e nenhum deles quis falar com ele, nem mesmo Superman, para quem Jordan liga no telefone do trabalho no Planeta Diário. [A Lenda da Chama Verde] acabou se tornando a história de dois velhos amigos – um com problemas e outro sem – e de todos os lugares que eu poderia levá-los. Eu a escrevi em uma semana. Eu amei escrevê-la. Eu adorei ‘brincar’ com esses personagens, como uma criança com um novo brinquedo ou um roteirista ensaiando uma peça com todos os atores veteranos que ele sempre admirou.”     — Neil Gaiman, na introdução.


  • A WIZARD-BRASIL era uma revista informativa sobre HQS, versão Brasileira da revista americana WIZARD PRESS, atual WIZARD ENTERTAINMENT GROUP, publicada pela PANINI Comiwizardcs em meados de 2000, durando 36 números com esse título, precisando mudar para WIZMANIA por causa de um processo judicial feito pela escola de idiomas de mesmo nome. Sob o novo nome a revista durou pouco tempo, sendo agora, um blog hospedado no próprio site da editora PANINI.
  • A revista WIZARD sabe-se lá por que diabos, não publicou o prefácio da obra original escrito por NEIL GAIMAN e MARK WAID. Espero de coração que essa história ainda seja republicada por aqui em formato merecido.

    a lenda da chama verde final


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SUPER ALMANAQUE DC Nº 3- EDITORA ABRIL JOVEM

almanaque dc

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Gavião Negro


Netfontes_dapunk_Logou não me lembro de qual foi à primeira história em quadrinhos que li, nem de qual personagem, isso se perdeu em minha memória. Eu tinha um armário onde guardava muitas revistas em quadrinhos, porém, não sei o que aconteceu comigo naquela época e recortei todas elas, outras, perdi, e infelizmente alguns meses depois, roubaram o resto que eu tinha- e o mais triste que foi um professor, para quem emprestei uma pilha imensa de quadrinhos e este nunca me devolveu. Eram muitas revistas sem brincadeira– no entanto me lembro de umas das HQ marcantes em minha vida. E isso explica do porque eu gosto tanto dos LANTERNAS VERDES, principalmente o velho de Guerra, HAL JORDAN.

Quando criança “caiu” a minhas mãos, a revista SUPER- ALMANAQUE DC Nº 3 publicada na época pela EDITORA ABRIL JOVEM. Esse almanaque tinha dois lados: O LABO A que continha GAVIÃO NEGRO e O LADO B, com o LANTERNA VERDE. Creio que foi me dada de presente por algum conhecido [a] de minha mãe, ou, pelo patrão do meu pai. Eu realmente não lembro. Apenas sei que eu gostei muito das histórias, principalmente da que tinha os Lanternas Verdes. Foi nesse momento que descobri Hal Jordan e me deu vontade de compreender melhor como funcionava essa coisa toda de anéis energéticos de coloração verde e tudo o mais. Infelizmente, eu esqueci essa revista na escola, debaixo da carteira. Fiquei triste demais com isso, porém, ironicamente anos depois [anos mesmo] ganhei novamente essa revista e a lia com frequência em um momento de depressão de meados de adolescência.

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Hal Jordan, Lanterna Veterano

O SUPER- ALMANAQUE DC começou a ser lançada no ano de 1990 em Janeiro, porém, foi cancelada e teve seu último lançamento [Nº 3] no Brasil em 1992 no mês de Julho, com histórias originalmente publicadas nas revistas: GREEN LANTERN Nº 1, 2, 3 [1990] e HAWKWORLD Nº 1, 2, 3 [1990].

A edição em questão contem 140 páginas, contendo as seguintes histórias de cada personagem:


LADO A- GAVIÃO NEGRO

THANAGARIANOS são enviados a terra numa missão diplomática, durante o caminho de tal missão, KATAR HOL adquiri uma chance nova de capturar seu inimigo antigo BYTH que com o uso de uma droga é capaz de assumir as mais variadas formas.

gavião 1

Chegando ao planeta Terra Katar Hol e SHAYERA são recebidos como celebração televisiva numa intenção terráquea de vendê-los como heróis vindos de THANAGAR. Os acontecimentos vão se desenvolvendo, enquanto Byth vai preparando seus planos usando humanos como suas ferramentas, modificando-os geneticamente.

gavião 2

Katar Hol reage aos ataques dos aliados de Byth e numa desvantagem a MULHER GAVIÃO lhe auxilia. No interim eles conhecem as leis que regem o mundo dos terráqueos, as quais não existem no planeta Thanagar e isso os leva a reflexões sobre o assunto.

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LADO B- LANTERNA VERDE

lanterna 1

No arco em três partes, temos a narrativa se desenvolvendo entre os três Lanternas que sobraram após a SAGA ODISSEIA CÓSMICA, uma minissérie em quatro partes escrita por JIM STARLIN e desenhada por MIKE MAGNOLA, onde participaram vários personagens do universo DC como BATMAN, CAÇADOR DE MARTE e SUPERMAN. É nessa estória que JOHN STEWART com sua autoconfiança exagerada acabou sem intenção detonando um planeta inteiro, passando a ter o acontecimento vívido em sua consciência.

PÉ NO CHÃO começa dom Hal Jordan refletindo sobre sua vida e os caminhos que traçara até ali, sobre quem realmente ele é. A sua intenção é encontrar um novo caminho longe de tudo o que o perturba. Uma visita sua a LIGA DA JUSTIÇA deixa o doidão do GUY GARDNER perceber alguma mudança em Hal e decidi segui-lo, dali em diante às escondidas, enquanto isso John Stewart e sua consciência o atormentando lhe faz ir até OA em busca de algo que lhe tire esse tormento psicológico.

lanterna 2

Temos Hal Jordan tornando-se um pescador em sua jornada existencial, Gardner, enchendo o saco do vilão aposentado, O TATUADO, intencionando leva-lo até Hal e sua “paz” momentânea, ao passo que Stewart dá de encontro com o GUARDIÃO em OA.lanterna 3

Chegamos à última parte onde rola socos e pontapés entre Hal Jordan e Gay Gardner, porém, acabam parando numa prisão e seus anéis roubados no momento que os deixam de lado para resolverem apenas no braço, numa disputa limpa. Stewart tem o Guardião tentando unir sua mente na dele. [Infelizmente, antigamente não havia o conceito de GEOFF JOHNS de que os anéis precisam de imensa força de vontade para poder seres usados, então, temos duas pessoas imbecis usando os anéis dos Lanternas com extrema facilidade, o que quebra bastante a verossimilhança da história]. John Stewart é dominado pela mente do Guardião e este adentra no mais profundo de sua memória.


O SUPER ALMANAQUE DC nº 3, me agrada mais com as histórias do Lanterna Verde, as do Gavião Negro não me “fisgaram” tanto, creio que poderiam ser melhor desenvolvidas, no entanto, gostei bastante do Lado B e a trama para os três lanternas remanescentes.

GERARD JONES trabalha as narrativas com algumas frases- conceitos filosóficos que me agradam, alguns podem não ter gostado, mas, eu curti bastante. E realmente foi a estória que me fez começar a curtir os Lanternas Verdes.

Mesmo que eu perceba claramente a inspiração advinda da obra O SENHOR DOS ANÉIS, ou, nos ANÉIS DE NIBELUNGOS da mitologia Nórdica no qual TOLKIEN por sua vez se inspirou para sua trama- não que isso seja ruim, claro-, mesmo assim, continuo me divertindo bastante com as sagas dos Lanternas.

Algo que considero bem ruim nessa coletânea é o fato daquela época as editoras não terem a preocupação de porem também as capas da edição original.


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