RESENHA/ Superman & Batman- Os Melhores Do Mundo


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“Viver daquela forma, com o passado sempre espreitando, impedido de ser quem se deseja… talvez o pior de todos os mundos possíveis”Adam


 

Clark Kent, repórter profissional no Planeta Diário. Bruce Wayne, um bilionário americano, playboy, magnata de negócios, filantropo e dono da corporação Wayne Enterprises. Em comum somente o fato de ambos serem órfãos. Ambos mantendo suas identidades secretas Super- heroicas, em segredo: um fazendo o possível para manter os cidadãos da ensolarada Metrópolis protegidos, o segundo, os cidadãos da cidade sombria de Gotham City. Se como civis comuns ambos possuem em comum a orfandade, como heróis, ambos têm vilões que são parte de suas trajetórias desde que vestiram um uniforme: Superman, desde sempre enfrentando o megalomaníaco Lex Luthor; enquanto, Batman, o insano Coringa.

Dave Gibbons teve sua estreia como roteirista de quadrinhos com a obra, Superman & Batman- Os melhores do mundo, inspirada no titulo seminal World’s Finest, a qual a editora DC Comics publicou entre 1941 e 1986. A importância disso para o roteirista é o fato de que, esse mesmo título, fora uns dos que mais acompanhou quando na infância. Como a ironia faz parte da vida, este fora convidado a escrever uma historia envolvendo ambos os personagens, pós- Crise nas Infinitas Terras, em 1990.  Partindo da premissa de que tanto Superman quanto Batman possui um vilão que infernizam suas cidades, Gibbons, encontrou uma forma de Lex Luthor e Coringa fazerem um pacto entre eles e “cada” qual dominar a cidade do outro. Claro, que tal intento não passaria despercebido porque ambos são extremos em seus atos; Luthor, enquanto mexe os pauzinhos não faz questão de esconder sua persona do mundo, já o palhaço de Gotham, gosta de chamar atenção de todas as formas possíveis.

Mistérios em Gotham City.

Caos em Metrópolis.

Quinze anos após sua ultima publicação no Brasil, pela Mythos Editora como minissérie (antes disso pela Editora Abril como minissérie e em capa cartonada), a Editora Panini Comics republica em capa dura, Superman & Batman- Os melhores do mundo.

O roteiro de Gibbons está em perfeita simetria com a arte de Steve Rude que soube transpor no papel os conflitos, imaginados pelo roteirista, ao envolver ambos os heróis num plano misterioso envolvendo um orfanato que já apareceu nos jornais anos atrás pelo fato do Orfanato Midway ter tido um mentor, conhecido como Byron Wyle, que usava os órfãos para cometer delitos. A assimetria entre o cenário de Gotham e Metrópolis é trabalhada, com os contrastes de luz e sombras em determinadas cenas, de forma extremamente competente por Steve Oliff (nome muito conhecido pelos aficionados por quadrinhos).

 Os Melhores do mundo é uma leitura agradável, que mata nossa saudade de histórias com cunho menos apocalíptico e que se dispõe a mostrar a faceta maligna de seres humanos comuns como nós que numa manhã qualquer pode se olhar no espelho e decidir pôr em práticos planos mirabolantes para dominar a sociedade, ou matar alguém numa dobra de esquina e arrancar sua pele fora.

“E o aviso disse

As palavras de profetas

Estão escritas nas paredes do metrô

E corredores de apartamentos

E sussurrou no som do silêncio”

The Sound Of Silence [Simon & Garfunkel]

DUELO MORTAL ENTRE SUPERMAN E BATMAN EM PAPÉIS INVERTIDOS


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Já imaginou como seria um duelo entre os principais heróis do universo DC Comics, SUPERMAN e BATMAN, porém ambos em papéis invertidos? Então, o pessoal do canal CARTOONHOOLIGANS imaginou isso.

CONFIRAM:

Vídeo original


 

SUPERMAN- O ÚLTIMO FILHO [GEOFF JOHNS/ RICHARD DONNER/ ADAM KUBERT/ DAVE STEWART] – DC Comics coleção de Graphic novels da Eaglemoss Collections.


superman-252520o252520ultimo252520filho25252000“Deve se lembrar de que foi enviado para cá porque se parece com um terrestre… mas não é um deles”Jor- L


SINOPSE: “Superman fica maravilhado quando uma nave Kryptoniana cai no meio de Metrópolis. Em seu interior, ela traz um garoto Kryptoniano com todos os poderes do Superman. O Homem de Aço está determinado a proteger a criança e cria-la como se fosse um filho, mas as autoridades estão preocupadas… pois ninguém tem certeza de onde veio esse ser incrivelmente poderoso”.


Netfontes_alte_caps_LogoUPERMAN é um dos heróis mais poderosos da DC Comics, por tanto, atualmente, uns dos mais difíceis de criar histórias que prendam nossa atenção nos fazendo dizer: “sensacional” no fim da leitura- até mesmo por que vários escritores já ofereceram seu ponto de vista do personagem. Minha visão do ícone da DC Comics é essa por que o cerne da sua psique é de um individuo que possui os mais altos padrões éticos e, principalmente, morais, o que acarreta que fugir desse padrão exige destreza- não por acaso INJUSTIÇA: DEUSES ENTRE NÓS é uma obra que merece ser lida– e continuar nele torna-se enfadonho.


Adendo: uma vez num conversa com um amigo sobre o filme O HOMEM DE AÇOo-homem-de-a2525c32525a7o-p2525c32525b4ster [MAN OF STEEL], dirigido por ZACK SNYDER e roteirizado por DAVID S. GOYER, este odiou o fato do SUPERMAN ter matado o general, ZOD, segundo ele: “Todos sabem que o Superman tem a politica de não matar”. Entendem? Isso é um exemplo de como trabalhar o personagem de forma que defira da sua conceptualização dos primórdios é tabu para os fás.


SUPERMAN-O ÚLTIMO FILHO é uma dessas obras que fazem diferença no histórico biográfico do personagem, visto que, além de ser uma homenagem ao clássico filme, SUPERMAN de 1978, sendo que RICHARD DONNER assinou como diretor o clássico mencionado, escalado, então, em 2006, para transportar a história para as HQs em parceria de GEOFF JOHNS, a trama prende nossa atenção do começo ao fim. O lado emocional do personagem é explorado de forma singela quadro a quadro, mostrando ao leitor a tristeza de KAL-L por saber que nunca poderá ter um filho de sua amada LOIS LANE por causa de suas características biológicas dispares, porém com o surgimento de um menino vindo aparentemente de fora da órbita terrestre, demostrando que possui poderes similares ao último filho de Krypton, KAL- L passa ter um lapso de esperança de que conseguirá ter uma família com LOIS.  Obviamente as autoridades terrenas procurariam uma forma de conter o poder do menino assim que tivessem certeza deste ter o mesmo sistema biológico do SUPEsuperman-252520o252520ultimo252520filho25252002RMAN, no entanto, o Homem de Aço, uns dos maiores protetores de Terra, não permitiria que a criança passasse a vida como cobaia de experimentos científicos, em confinamento pleno.

Nesse meio tempo LEX LUTHOR ao saber do novo visitante da Terra começa seus planos de contenção do “eminente” perigo. LUTHOR, em O ÚLTIMO FILHO, demonstrasse caracterizado com uma mente menos politica, demostrando-se alguém mais voltado para a ciência, obcecado em eliminar KAL- L por considerar que a presença deste no planeta Terra atrasa a evolução dos seres humanos. Por tanto liberta BIZARRO, o famoso clone defeituoso do SUPERMAN, e cria o ESQUADRÃO VINGADOR, uma equipe com alguns membros constituídos biologicamente com os atributos das Kryptonita que são capazes de enfraquecer- e matarkryptonianos.

Desde há muito os fãs do Homem de Aço especulavam que este não poderia ter um filho com LOIS LANE, até mesmo o autor, LARRY NIVEN, em seu ensaio, “MAN OF STEEL, WOMAN OF KLEENEX”, afirma que as questões físicas e genéticas não permitiriam que a gravides de LOIS mantivesse seu corpo intacto, o útero poderia explodir com a força da criança- e com isso, claro, perderia a vida-, aliás, até mesmo a relação sexual seria conflitante por causa dos movimentos involuntários, ou seja, os espasmos sexuais. Talvez, por esse fato, durante algumas décadas, os editores da DC Comics não cogitavam que SUPERMAN tivesse um filho de seu sangue, por isso O ÚLTIMO FILHO é uma obra importante, nele conseguimos sentir como seria a vida de KAL- L, caso tivesse um filho, mesmo que adotivo. A história, O MELHOR DIA, publicada, originalmente em SUPERMAN ANNUAL Nº 13, em 2008, escrita por KURT BUSIEK e com desenhos de RENATO GUEDES, nos monstra a felicidade permeando a vida de KAL- L num dia descontraído com sua esposa LOIS, seus pais JONATHAN e MARTHA KENT e LOR-ZOD, ironicamente agora o último filho de Krypton, batizado como CHRISTOPHER KENT, durante os acontecimentos do arco, O ÚLTIMO FILHO- o nome dado para o personagem é uma clara homenagem ao ator Christopher Reeve que interpretou o Superman, durante quatro filmes.

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O arco, O ÚLTIMO FILHO, levou dois anos para se terminado devidos aos atrasos de ADAM KUBERT de entregar a arte, algo que incomodava muito os leitores da ACTION COMICS, porém, foram feitas muitas criticas favoráveis a sua arte, por exemplo, JASON SACKS, colunista do site COMICS BULLETIN: “Eu tenho certeza que a maioria dos comentários sobre essa revista focam-se na participação de Richard Donner, e por bons motivos. Mas eu quero tirar um minuto (…) para elogiar a arte de Adam Kubert. O seu irmão Andy é quem geralmente recebe os trabalhos nas revistas de maior destaque, mas Adam é um artista incrivelmente talentoso por seus próprios méritos. E parece ter herdado mais do estilo de seu pai do que o irmão. Sua arte é habilidosa e excitante, mas com um interessante toque grosso. O Superman de Kubert é um homem complexo, e você pode ver essa complexidade em cada linha de seu rosto desenhado. Nós vemos todo um espectro de emoções nessa história, de raiva à animação até felicidade plena, e Kubert faz com que cada uma dessas emoções seja unicamente de Superman”.  Há de se concordar com SACKS, visto que, KUBERT nos oferece cenas com os cenários incrivelmente detalhados, desde as ruas aos edifícios da mesma forma que consegue deixar o Homem de Aço expressivo, conseguindo com que com nessa habilidade de traduzir emoções nos personagens haja ênfase nos sentimentos e emoções destes.  Umas das cenas que mais chamam atenção é o momento em que o SUPERMAN e LEX LUTHOR debatem e as expressões dos personagens conseguem demostrar de forma verossímil o conflito emocional entre os dois. Não posso deixar de dizer que as cores de DAVE STEWART complementa de forma magnifica os traços de KUBERT.

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_General ZOD, sentenciado a Zona Fantasma, torna-se um perigoso inimigo do SUPERMAN.

 

Em suma, GEOFF JOHNS, deixou de lado a visão histórica feita pela reformulação de JOHN BYRNE quando este havia assumido o personagem entre 1986 e 1988,  fato que pode incomodar muitos leitores, e agradar outros mais saudosistas, no entanto, de qualquer forma apesar da confusão cronológica que é na prática O ÚLTIMO FILHO por causa dos atrasos e, por tanto, outras histórias precisaram ser criadas nesse meio tempo para tapar buraco, ainda sim a visão de GEOFF merece ser lida e por isso faz sentido ser parte da linha DC COMICS COLEÇÃO DE GRAPHIC NOVELS da EAGLEMOSS COLLECTIONS.

A edição, Nº 03, da EAGLEMOOS, oferece detalhes sobre a produção de O ÚLTIMO FILHO, galeria de capas. Contem a história SUPERMAN 1, originalmente publicada em 1939, e um artigo falando sobre algumas mudanças na história do personagem na Era de Ouro dos Quadrinhos.

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_Algo que gosto muito nos encadernados, tanto da Panini, quanto da Salvat e Eaglemoss é a galeria de capas

Eu não costumo avaliar com pontuação as obras que leio por que considero meio desnecessário, mas muitas pessoas gostam desse esquema, talvez comesse a fazê-lo, no caso de O ÚLTIMO FILHO, entre ZERO a DEZ, a nota é SETE.


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LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA- OS MELHORES DO MUNDO: MESTRE DOS SONHOS #26 [GRANT MORRISON/ HOWARD PORTER]


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Estamos em um sonho que a criatura construiu como campo de concentração. Que tipo de regras se aplicam?”- Superman

Você veio com um manual de instruções para o mundo desperto, Super- Homem? Você já esteve aqui antes.”- Daniel [Sandman]


SINOPSE: “Numa noite, todos os habitantes do planeta Terra caem em sono profundo, exceto a Liga da Justiça. Em meio ao salvamento de carros, aviões e navios desgovernados, os heróis recebem uma surpreendente visita na Torre de Vigilância: Sandman! Indiferente aos questionamentos cada vez maiores dos heróis, o Mestre dos Sonhos alerta à Liga que, para libertar o mundo, será preciso salvar uma criança, cuja vida corre perigo em nome… da Coisa!” Guia Dos Quadrinhos.


Quando li ENTES PERPÉTUOS: O UNIVERSO ONÍRICO DE NEIL GAIMAN, de HEITOR PITOMBO, descobri sobre a aparição de DANIEL, considerado o filho de MORFEUS por ter nascido no REINO DOS SONHOS, que assumiu o cargo após sua morte, numa história escrita por GRANT MORRISON. Claro, como leitor aficionado por SANDMAN– e criações de NEIL GAIMAN– queria muito lê-la, mas infelizmente demorei um tanto para encontra-la, o fazendo há pouco tempo, tendo lido apenas nessa noite de chuva.

“… PERCHANCE TO DREAM” é o título de JUSTICE LEAGUE786659-jla22 OF AMERICA #22, no qual DANIEL “dá as caras”, se formos traduzir ao pé da letra, seria algo como “… talvez, sonhar”, no caso, o termo, Perchance, não é muito utilizado, segundo um amigo meu, era bastante difundido no inglês arcaico, comum na época de SHAKESPEARE. Digo isso por que, logo pelo título, já podemos ter noção da forma que GRANT MORRISON trata suas narrativas.

No Brasil, o título foi traduzido como MESTRE DOS SONHOS, obviamente para existir uma referência mais explícita ao personagem ícone do selo VERTIGO, SANDMAN. A edição #26, da LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA: OS MELHORES DO MUNDO, publicada pela EDITORA ABRIL, em 1999, contêm três historias: a primeira delas, O FIM DE UMA ERA, equivalente a edição # 562 de ADVENTURES OF SUPERMAN, a segunda, A COISA, edição JLA # 22, a terceira, CONQUISTADORES, continuação direta da segunda história, edição JLA #23.

O FIM DE UMA ERA possui o argumento de KARL KESEL e JERRY ORDWAY, desenhos de TOM GRUMMETT, e, basicamente, mostra as consequências da compra de LEX LUTHOR DO PLANETA DIÁRIO, mudando o nome para LEXCOM; e a fuga de MIKE “METRALHADORA” GUNN, da U.C.E., com a ajuda da INCENDIÁRIA, que são impedidos pelo Homem de Aço.

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Como todos sabem quando SANDMAN começou a ser publicado, no caso, a releitura de GAIMAN, o personagem ainda fazia parte do selo DC Comics, no entanto, a partir do momento que começaram  a surgir histórias com teor mais sombrio, incluindo SANDMAN, como, por exemplo, a releitura do MONSTRO DO PÂNTANO por ALAN MOORE, a editora acabou criando o selo adulto VERTIGO, porém mesmo que GAIMAN tivesse se distanciado um pouco do universo DC, durante a narrativa da trajetória do REI DOS SONHOS, este nunca chegou a se distanciar completamente, colocando, a título de exemplo, a aparição de SUPERMAN e BATMAN, durante o funeral de MORFEUS, em SANDMAN: O DESPERTAR. Por isso sempre existirá a possibilidade dos escritores utilizarem os personagens criados por GAIMAN, no universo “normal” da DC Comics, mesmo que o escritor inglês não queira que isso aconteça. Até onde tenho ciência, existe um acordo de NEIL GAIMAN com a editora, de que, mesmo que a DC seja dona do personagem MORFEUS, apesar do escritor ter reinventado o personagem, tornando o totalmente diferente de WESLEY DODDS, SANDMAN da Era de ouro dos quadrinhos, esta não permitirá a utilização do personagem por outro escritor sem seu consentimento, no entanto, o seu substituto, DANIEL, não faz parte do acordo, ou seja, este pode ser utilizado. Pelo o que andei pesquisando, GAIMAN não era de acordo que GRANT MORRISON, usasse DANIEL nessa história, mas não pôde impedir. De qualquer forma, DANIEL, após essa aparição parece ter sido esquecido.

A APARIÇÃO DE DANIEL NA TORRE DA VIGILÂNCIA:


gears-of-war-skull-2WARNING: Contêm Spoilers


Algo está erLiga das justiça da américa- mestre dos sonhos-03rado”, um menino vagando pelas ruas, de nome MICHAEL HANEY, reflete sobre isso, ele não sabe exatamente o que é, mas novamente, após entrar em sua casa, repete em sua mente: “Algo está errado”. Parece uma noite como qualquer outra, envolto em sombras, a lua brilhante no céu, e alguma coisa espreitando, vigiando as pessoas, vigiando o menino… Esperando. Enquanto isso, talvez, do outro lado da cidade, SUPERMAN é convocado por AJAX, O MARCIANO, que diz que as pessoas estão começando a cair num sono profundo, algo está totalmente errado, SUPERMAN ruma, então, para a TORRE DA VIGILÂNCIA.

MICHAEL HANEY, por sua vez, agora está no Reino dos Sonhos, adormeceu depois de fazer alguns desenhos em sua solidão, no quarto.

Na torre, DALJA- Mestre dos sonhos-04NIEL, o novo SANDMAN, está à espera de todos os heróis, segundo, o anjo renegado, ZAURIEL, o perpétuo é uma forma abstrata, as máquinas revelam isso.  “É mais antigo do que pensa. Espreitou o mundo e agora ataca. Primeiro, conquista nos sonhos. Depois na realidade”, diz, DANIEL, quando indagado por SUPERMAN sobre o que seria a presença alienígena que possivelmente está causando o sono repentino dos cidadãos. DANIEL também revela, entre um e outro signo em sua linguagem metafisica, que uma criança clama pela ajuda d’OS MELHORES DO MUNDO, e esta está no plano onírico, lugar que os heróis devem ir, agindo de acordo com a do menino.

MICHAEL HANEY, continua no seu quarto, mas diferente de antes, no plano onírico, sendo tentado pelo alienígena, pela COISA.

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A COISA, no sonho, domina a mente das pessoas, divide suas emoções, interfere na sua vontade de potência, deseja torna-las suas marionetes, Zumbifica -las, enquanto, HANEY, procura por um nome, não, mais que isso, procura superar o niilismo, auxiliado pelo mensageiro DANIEL, o SENHOR DOS SONHOS, que mostra o desenho feito por HANEY, antes de adormecer: o SUPER- HOMEM, essa é a salvação da perda da razão, perda dos sentidos, ele precisa tornar-se o Super Homem do filosofo, NIETZSCHE.

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Durante esse meio tempo, os heróis: SUPERMAN, MULHER MARAVILHA, LANTERNA VERDE [KYLE RAYNER] vagam pelos sonhos a procura do menino perdido, o menino que deposita fé nos potencial dos heróis. “Por que você sempre exita? Jordan, que usou o anel mágico antes de você… afeta todas as suas ações” afirma, DANIEL, quando, KYLE, demonstrasse inseguro, sem saber o que fazer, nem aonde ir. O LANTERNA VERDE, novamente, demonstra insegurança quando age de acordo com sua vaidade, mesmo admirando HAL JORDAN, e diz que todos consideram JORDAN, o antigo portador do anel, como o melhor Lanterna de todos, porém DANIEL, afirma que KYLE, sabe algo que JORDAN nunca aprendeu: sentir medo. A coragem pode, em muitos casos, gerar arrogância, favorecer a fúria, enquanto o medo, quando superado, consegue tornar- o individuo virtuoso, digno, capaz de se sacrificar por um ideal.

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As duas passagens são extremamente importantes na narrativa por que, ao mesmo tempo em que, DANIEL está com os heróis, também está com HANEY, e após mostrar esses dois pontos de vistas, uma consciência onírica reflete: “Mas é só imaginação. Todos dizem que ele tem isso de sobra. Que ele é estranho. Ela sabe”.

Por um lado, o individuo deve se aperfeiçoar, potencializar sua própria personalidade, buscar sua própria felicidade, e não a felicidade coletiva, antes de pensar na sociedade, tornar-se o Super Homem; por outro, o indivíduo deve vencer o medo, seguir em frente, ser capaz de ajudar, amar o próximo, buscar a paz coletiva– o Lanterna Verde é o signo para isso. Mas: “A voz do pai é grossa e engraçada, como se ele falasse com gelatina na boca. Como duas vozes ao mesmo tempo. Talvez seja só imaginação.”, prossegue a voz onírica.

A entidade alienígena, segundo, AQUAMAN: “A Coisa… está livre… divide… e invade (…) ela é mais velha que o tempo (…) ela divide e conquista.”, no entanto, quando a vontade de potência do menino, HANEY, aliada a convicção dos heróis no sonho; e o esforço dos membros da LJA despertos, a COISA é derrotada, seu sonho deixa de ser palpável, e o conquistador descobre que acima do lobo no riacho que devorou a ovelha que, supostamente, sujou sua água, existe outro lobo mais feroz acima, espreitando, capaz de devorá-lo.

“Nas mansões ilimitadas do rei das histórias um sonho termina”

CONSIDERAÇÕES:

Toda a narrativa de MORRISON é repleta de simbolismo, começando pelo designo da entidade alienígena: A COISA. É bem provável que ela seja da mesma raça de STARRO, O CONQUISTADOR ESTELAR, que apareceu pela primeira vez na história, THE BRAVE AND THE BOLD #28, em 1960, porém isso não é claro, MORRISON, nos deixa na duvida, afinal de contas, mesmo tendo as mesmas particularidades, STARRO, é roxo, ao passo que, A COISA é verde, de tamanho descomunal. Importante frisar que o nome do segundo capítulo é CONQUISTADORES, e tem duplo sentido: tanto pode remeter e especificar que a COISA é descendente de STARRO; quanto é o símbolo “Nietzschiniano” para o Super Homem, do filosofo, tendo como base HANEY e os membros da LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA.  A denominação COISA também remete a especulações metafísicas , por exemplo, se alguém pegar uma pedra, puser em cima de uma mesa, em seguida com uma marreta dividi-la no meio, o resultado será: duas pedras, ou uma pedra partida em dois pedaços? Ou seja, quantas coisas serão? O que é uma coisa? Definimos as coisas por suas propriedades individuais, ou como um todo?

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_“Cuidado com a coisa, coisando por aí, a coisa sempre coisa, também coisa por aqui… Sucesso e seu resgate envenena sua atenção”Marcianos Invadem a Terra [Legião Urbana]

MORRISON, não por acaso, quis usar DANIEL em sua história; em A TEMPESTADE, SHAKESPEARE, versa o seguinte: “Somos feitos da matéria de que são tecidos os sonhos e a nossa vida tão curta tem por fronteira um sono”, ou seja, todas as informações que temos em relação ao universo como um todo, são representações de nossa mente, então como é possível provar a existência de uma realidade? Quando pensamos em alguma Coisa, prontamente vem à mente o contrário de Nada, mesmo que não tenhamos a imagem delineada de objeto, ou ser vivo, LJA- Mestre dos sonhos-10algum. Durante o período de sono, e consequentemente sonhos por mais que haja nossa interação, tudo sempre remete a névoas, e muito do que vivemos empiricamente nesse momento, ao acordarmos cai no esquecimento. Quando KYLE acredita já ter despertado do sonho, diz que pode então fazer o que quiser; é possível se libertar das representações das crenças? O conceito, de superação individual e transcendência além da estrutura e contexto, de NIETZSCHE, aparece nesse momento da narrativa.

Usar a COISA como um conceito filosófico de nossa definição <Não definição> da realidade; e DANIEL como a representação abstrata das ideias, analogando, tanto com conceitos de NIETZSCHE; quanto com o MITO DA CAVERNA do filósofo grego, PLATÃO, foi uma “sacada” extremamente filosófica, praticamente irônica, de certa forma.

A história é capaz de oferecer várias interpretações seguindo a premissa entre especulações da realidade e dos sonhos; MORRISON conseguiu em poucas páginas fazer jus ao personagem <conceito> “criado” por NEIL GAIMAN. A arte de HOWARD PORTER é caprichada, principalmente nos quadros com DANIEL.

“Ela teme o que sabe. Ela sabe o que todos os conquistadores descobrem: sempre há alguém maior que você”

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/melhores-do-mundo-os-n-26/mmu0302/7248

http://observationdeck.kinja.com/a-history-of-dc-crossovers-the-sandman-1708127365

https://pt.wikipedia.org/wiki/Kyle_Rayner


LIGA DA JUSTIÇA: TORRE DE BABEL [MARK WAID/ DAN CURTIS JOHNSON/ HOWARD PORTER/ PLABO RAIMONDI/ STEVE SCOTT…]

 

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Quantas vezes você sonhou em ouvir  a voz de seu pai de novo? Ou sentir o toque de e sua mãe?Ra’s al Ghul!.

Ou ser digno da memória deles?”- Batman.


SINOPSE: “Os arquivos secretos de Batman sobre a Liga da Justiça caíram nas mãos do seu mais antigo e mortal inimigo: Ra’s al Ghul! Agora, Superman, Mulher Maravilha, Aquaman, Caçador de Marte, Lanterna Verde e Flash estão sendo levados a armadilhas especificamente projetadas para se opor às suas notáveis habilidades. Será que a Liga da Justiça sobreviverá? E se sobreviver, será capaz de perdoar Batman por esta terrível traição?”.


Então, a humanidade agindo de acordo com sua vaidade desmedida começa a construir uma torre que conseguiria chegar até os Deuses, no entanto, Javé, de acordo com o Velho Testamento, derruba com sua onipotência a construção egocêntrica, e para garantir que sua vontade seja satisfeita, no caso, de que descendentes de Noé se espalhassem pelo mundo, o habitassem, não se agrupando em um único lugar, também mistura as línguas criando assim a possível origem para os idiomas diferentes que tecem a civilização.

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LIGA DA JUSTIÇA: TORRE DE BABEL [JLA TOWER OF BABEL] mantem como premissa essa alegoria bíblica, no caso da minissérie de MARK WAID e DAN CURTIS JOHNSON, a Torre, construída e mantida em segredo na Antártica por RA’S AL GHUL, é capaz de interferir no processo de decodificação do cérebro que garante a possibilidade de compreender sinais e sons, causando assim, no começo, a impossibilidade da humanidade de compreender a linguagem tanto escrita quanto de sinais, e depois de um tempo, também afetando a linguagem falada, que por consequência causa o caos e a eminência de guerra, muito provavelmente chegando a nível bélico. A ironia alegórica está no fato de que a humanidade classifica os seres vivos da natureza- ou “não” vivos, se incluirmos os vírus– criando uma torre <Pirâmide>, por assim dizer, dividindo em gêneros, que são dividias em famílias, e assim em diante, culminando nos reinos, e por existir a necessidade da cadeia alimentar os humanos decidem quais os seres vivos, seja animal, vegetal… Que devem ser sacrificados para garantir a existência da espécie, ou seja, a raça humana. Por tanto tal fator em consequência afeta a natureza porque o homem não sente necessidades apenas fisiológicas, mas também de outros itens que, por exemplo, fazem parte da Hierarquia de necessidades de Maslow, teoria cunhada pelo psicólogo americano, MASLOW, como a necessidade de segurança, o que exige moradias, por isso quantas florestas já não foram devastadas para existir grandes metrópoles? A natureza, então há muito tem sofrido pela intervenção do homem; no universo DC COMICS, esse egoísmo perturba o vilão, RA’S AL GHUL, que prevê uma catástrofe ambiental sem precedentes se a condição humana continuar na mesma, por isso, construiu a TORRE DE BABEL: diminuir a quantidade de seres humanos no mundo, facilitando assim o controle sobre eles. RA’S AL GHUL, não é movido por motivos egoístas, na verdade ele quer salvar a natureza, porém como alguns psicopatas, este tem sua própria noção de justiça, ignorando a injustiça em seus próprios atos.

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Para concretizar o seu plano, sabia que precisava tirar de cena os heróis mais poderosos que protegem a Terra: AQUAMAN, FLASH, SUPERMAN, CAÇADOR DE MARTE,MULHER MARAVILHA, LANTERNA VERDE [KYLE], HOMEM BORRACHA, BATMAN, ou seja, a LIGA DA JUSTIÇA,  consegue tal intento com a ajuda do próprio BATMAN que, no seu calculismo, têm estudado todos os seus amigos de equipe para ter meios de imobiliza-los, caso sejam dominados por alguma entidade- como já aconteceu no passado, o caso Agamenon, no qual a LJA foi dominado e causou temor nos terráqueos, – e mantinha, na TORRE DA VIGILÂNCIA, registros especificando esses métodos. Roubando, por intermédio da filha, TALIA, esses arquivos, e distraindo o homem-morcego com uma das poucas formas que podem afetá-lo emocionalmente, aos poucos RA’S AL GHUL consegue conter os heróis, auxilado por sua LIGA DAS SOMBRAS, e inicia seu plano de redução da superpopulação e possível controle sobre os restantes.

A ironia é o mote da história, a analogia com o evento bíblico, no entanto, o cerne do conflito, está na forma que os personagens, sejam os heróis, sejam vilões, reagem a precaução de BRUCE WAYNE. E claro, não apenas os conflitos internos dos personagens vão sendo desenvolvidos durante a trama em relação ao ato, talvez, traiçoeiro, mas somos convidados a entrar nesse questionamento e assim, talvez, chegarmos as nossas próprias conclusões.

Durante o pano de fundo da história, essa questão das pessoas não conseguirem compreender umas as outras, podendo causar uma guerra que dizimaria a humanidade, me incomodou um pouco por que num mundo na qual não existem apenas os heróis membros da LIGA DA JUSTIÇA, o evento carrega em si a temática das minisséries que envolvem a vida de todos os personagens como, por exemplo, FIM DOS TEMPOS, porém durante a trama nenhum personagem, além daqueles da LJA, aparecem- eu considero isso um tanto inverossímil.

Quanto aos desenhos, estes são bem detalhados, cumprem bem o papel, apenas, em alguns casos, incomoda o exagero nas expressões dos personagens.

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_As expressões tanto podem não incomodar o leitor quanto podem deixar incomodado a níveis apocalíticos.

Mesmo que exista um ou outro pequeno detalhe que incomoda, a minissérie, não por acaso, é uma das mais lembradas pelos aficionados pelo universo DC Comics, e realmente não poderia deixar de fazer parte da linha DC COMICS COLEÇÃO DE GRAPHICS NOVELS da EAGLEMOSS: COLLECTIONS.

LJA- Torre de Babel 02A edição da EAGLEMOSS, VOLUME 4, contêm a primeira aparição da LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA na história: STARRO, O CONQUISTADOR, na qual enfrentam o vilão STARRO, vindo do espaço sideral, capaz de tornar gigantes as estrelas do mar, tornando-as suas subordinadas- aliás, a própria aparência de Starro é de uma estrela do mar, -intencionando dominar o universo, começando pelo planeta Terra. Os extras são galerias de capas, informações sobre a origem da LJA, descrição dos eventos que culminaram em Torre de BABR-057-017gabel.


O arco no Brasil, anteriormente saiu pela EDITORA ABRIL, na linha SUPERMAN– SUPER-HERÓIS PREMIUM, Nº 17, em 2001/ SUPERMAN- SUPER-HERÓIS PREMIUM, Nº 21, em 2002.



LIGA DA JUSTIÇA: A LEGIÃO DO MAL [JUSTICE LEAGUE: DOOM] é uma animação de 2012, dirigida por LAUREN MONTGOMERY, que adaptou livremente TORRE DE BABEL, mudando vários detalhes, princip22almente o responsável pelo roubo das informações confidencias do BATMAN, no caso, ao invés de TALIA, é o vilão SAVAGE.

TRAILER:

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga_da_Justi%C3%A7a:_Torre_de_Babel

http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/superman-1-serie-n-17/sm00301/8171


SUPERMAN/BATMAN: INIMIGOS PÚBLICOS [JEPH LOEB/ ED MCGUINNESS]


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Sou conhecido como um herói, um exemplo e um lutador. A vida tem sido boa.”-Superman.

Sou conhecido como uma lenda urbana, uma criatura assustadora, o bicho papão. Não desejo esta vida a ninguémBatman.

SINOPSE:

“O homem de aço une forças com o Cavaleiro das trevas quando o corrupto presidente dos estados unidos, Lex Luthor o acusa de crimes terríveis contra a humanidade. Enquanto fogem, os melhores heróis do mundo têm de enfrentar uma equipe ultrassecreta de seres superpoderosos, a fim de salvar a Terra de um meteorito mortal e derrotar Lex Luthor. “


Ok, vamos lá…

Desde há muito que sou, talvez, estranho, no sentido de que, quanto mais fazem criticas negativa de um livro, ou HQ, mais sinto vontade de ler a história, é algo que faz parte de mim desde pivete, por isso eu não via a hora de ter em mãos a edição da EAGLEMOSS COLLECTIONS: SUPERMAN/BATMAN: INIMIGOS PÚBLICOS, simplesmente porque todo mundo parece odiar o arco e queria saber por qual motivo- até mesmo pelo fato de ser um arco bem conhecido.

A história de LOEB, se analisarmos apenas o pano de fundo, no caso, LUTHOR como presidente dos Estados Unidos, aproveitando do surgimento de um meteoro de Kryptonita que não tardará em colidir com o Planeta Terra, e o SUPERMAN pressuposto como a causa desse evento, a premissa, então pode ser considerada muito simples e em alguns momentos da narrativa até mesmo exagerada, no entanto, considero que a importância de INIMIGOS PÚBLICOS não está nesse evento, mas sim na forma em que ele é contado: pelo ponto de vista de ambos os personagens perseguidos, SUPERMAN e BATMAN.  Os diálogos dos personagens são muito bem estruturados, verossímeis e conseguimos, não apenas compreender, mas empatizar com ambos os personagens, mesmo que estes defiram em pontos de vistas em relação alguns assuntos e tenham diferentes filosofias de vida.

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_ Metallo é um personagem interessante

A graça, diversão –e lirismo– da história é essa, é conseguirmos adentrar na psique dos personagens, como consequência darmos mais valor para ambos. Todo mundo- sim, eu sei, existem exceções– cultuam o homem morcego, todavia, o homem de aço nem tanto, visto que é um personagem que surgiu reunindo- ou criando– muitos dos estereótipos de heróis: super força, visão raio x, super velocidade, super audição, super isso, super aquilo, o que dificulta a criação de histórias – e de vilões– para estes por que o “cara” têm muita proteção física para si, sendo necessário até mesmo dar ênfase na Kryptonita como uns dos poucos artefatos que podem feri-los – o que acabou o deixando meio chato em alguns aspectos. E como consequência surge outro entrave: sendo tão poderoso, este não poderia controlar o mundo a seu bel-prazer? É, então, isso não poderia acontecer- com exceção de Injustiça- Deuses entre nós que é outra história– tornando necessário que o personagem tivesse como parte de sua personalidade as sete virtudes: simplicidade, caridade, temperança, diligência, paciência, bondade e humildade. Então, bom, o mundo “mudou” e anti-heróis tornaram-se mais legais, fazendo com que o homem de aço já não fosse tão fácil de trabalhar em histórias contemporâneas. LOEB é um roteirista importante para o universo dos quadrinhos por isso: é competente no desenvolvimento psicológico dos personagens- apesar de eu não ter gostado da forma que trabalhou Wolverine, e alguns aspectos do Homem-Aranha em Capitão América: Morre uma lenda. SUPERMAN pode até ser um “Deus”, um alienígena, mas faz mais jus ao que deveria ser a humanidade- se formos levar em consideração o sentido taxinômico para ela – do que muitas pessoas. Por tanto, como seria estar na pele de alguém que possui poderes inimagináveis, porém opta pela ética e boa moral? Com certeza seria extremamente difícil conviver com isso, não que seja por existir a vontade de agir de forma injusta e, mesmo assim, levar sempre em consideração a honra acima de tudo, mas porque sempre haverá aqueles que atirarão pedras e crucificarão aqueles que preferem fazer o  bem “sem olhar a quem”. Somos  capazes <induzidos> em INIMIGOS PÚBLICOS de fazer parte desse dilema da mesma forma que o oposto também é muito bem desenvolvido: na figura do cavaleiro das trevas, a fragilidade de ser biologicamente humano é sempre mostrada, oferecendo ao leitor a importância da ferramenta natural que temos, ou seja, o cérebro, em nossas vidas. O protetor de GOTHAM é sempre aquela persona que vive nas sombras, envolta em mistérios e apesar de sua fragilidade, derrama até a última gota de sangue para concretizar suas metas, levantando constantemente a bandeira da lei e da ordem, sempre lembrando que as pessoas devem ser julgadas pelas suas ações e não intenções porque é “impossível” definir intenções, mas fatos são sempre fatos e, até que se prove o contrário, medidas são necessárias.

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Em relação ao final da história, bom, se você visitante, ainda não leu, pule esse parágrafo, concordo que a forma que solucionam o problema é meio… Sem graça? Porém, não é tão inverossímil assim, visto que, num universo em que a tecnologia é extremamente avançada, existindo maquinários efetivos e seres poderosos, então construírem um foguete imenso em pouquíssimo tempo, não fica tão destoado da narrativa como muitos argumentam. HIRO OKAMURA, O HOMEM DOS BRINQUEDOS, foi o requisitado para construir o foguete, este apesar de ser extremamente inteligente, ainda é apenas uma criança de treze anos e seu alterego é um individuo fissurado em brinquedos, destarte, é tão estranho assim ter construído um foguete com a forma do homem de aço e o homem morcego? Eu não acho.

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Por sua vez o traço de MCGUINNESS, particularmente eu gostei muito, é uma mistura do estilo de desenhos da década de 90 com o atual, favorecido com a arte final de VINES.

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Quanto à síntese de inimigos públicos: é inegável que muitos daqueles que estão no poder manipulam o sistema da forma que melhor lhes provêm e são os cidadãos que sofrem as consequências. É sempre muito mais viável disseminar o ódio, tratar com descaso a educação, escravizar disfarçadamente, privilegiar uns, desmerecer outros, fazer o amanhã <futuro> apenas baseado em esperança e não em fatos.  Despostas reformam cruzes e nessas mesmas cruzes queimam os cegos produzidos em massa com as vendas de ignorância que também são responsáveis pela disseminação, gerando um círculo vicioso de decadência, egoísmo e injustiça.

Enfim, é isso.


SUPERMAN/BATMAN: INIMIGOS PÚBLICOS é o primeiro arco de histórias do título mensal SUPERMAN/BATMANque perdurou entre 2003 e 2011, – escrito pelo roteirista, JEPH LOEB, que tem em seu currículo BATMAN: O LONGO DIA DAS BRUXAS [Batman: The Long Halloween], CAPITÃO AMÉRICA: MORRE UMA LENDA [Fallen Son: The Death of Captain America], HOMEM-ARANHA AZUL [Spider-Man Blue] entre outras séries de sucesso; e desenhada por ED MCGUINNESS, desenhista que já participou de histórias de DEADPOOL, HULK, SUPERMAN e da minissérie THUNDERCATS: RECLAIMING THUNDERA; enquanto a arte final ficou por conta de DEXTER VINES, conhecido principalmente por sua participação em GUERRA CIVIL [Civil War] da MARVEL COMICS.

No Brasil o arco saiu em encadernado pela editora PANINI COMICS, em 2007, contento os seis capítulos principais [OS MELHORES DO MUNDO / ESTADO DE ALERTA / CONTRA TODOS / A BATALHA / SITIADO / CONTAGEM FINAL] e o extra QUANDO CLARK ENCONTROU BRUCE, que mostra CLARK KENT jogando baseball com seu amigo PETE, e avistambatman, superman, inimigos publicos 08 uma limousine negra com o abatido BRUCE WAYNE, no banco de trás- levado por Alfred que considerou que novos ares fariam bem ao menino devido à morte de seus pais em Gotham -, e este reflete se teria sido bom ter jogado com eles, chegando à conclusão que não por que sua vida não é mais a mesma, não é mais um garoto como todos os outros, as sombras dentro de si o tornaram diferente.

SUPERMAN/BATMAN: INIMIGOS PÚBLICOS também faz parte da linha DC COMICS COLEÇÃO DE GRAPHIC NOVELS da empresa EAGLEMOSS: Volume 05. O encadernado contém, além do arco principal, como extras: as histórias O PRIMEIRO ENCONTRO DE CLARK E BRUCE: UMA HISTÓRIA DOS TEMPOS DE SMALLVILLE [a mesma do encadernado da Panini], A DUPLA MAIS PODEROSA DE TODO MUNDO! [Superman 76], no caso, a história, na qual BATMAN e SUPERMAN descobre a identidade secreta um do outro, de 1952; e galeria de capas, esboços e curiosidades sobre os encontros entre os personagens no mesmo título ao longo das décadas.

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Em 2009, SUPERMAN / BATMAN: PUBLIC ENEMIES foi adaptado, como animação para o mercado de vídeos, por STAN BERKOWITZ; e lançado pela WARNER PREMIERE e WARNER BROS.

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https://www.youtube.com/watch?v=RyB7FwlK8Wk


para ler ouvindo

RAGE AGAINST THE MACHINE – RAGE AGAINST THE MACHINE [1992]

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PUBLIC ENEMY – FULL ALBUM – THE EVIL EMPIRE OF EVERYTHING [2012]maxresdefault


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/superman-e-batman-inimigos-publicos/su01105/21319

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jeph_Loeb

https://en.wikipedia.org/wiki/Superman/Batman:_Public_Enemies


MIRACLEMAN E O CAMINHO DAS PEDRAS


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Vede… Eu vós anuncio o Super-Homem. Ele é esse relâmpago. Ele é esse delírio.”- Friedrich Wilhelm Nietzsche [Assim Falou Zaratustra]


“No meio do caminho tinha um copyright

tinha um copyright no meio do caminho

tinha um copyright

no meio do caminho tinha um copyright

Parafrasear o poeta Itabirano DRUMMOND, ao falar de MIRACLEMAN, expressa muito bem a ironia que acompanha a trajetória do personagem desde sua concepção por ANGLO; sua reformulação por MOORE; e continuidade por GAIMAN. Apenas após duas décadas de batalha jurídicas, vencidas pela MARVEL Comics e NEIL GAIMAN, o personagem voltou às bancas: em 2013 nos USA, no BRASIL, em 2014.

Para ser sincero, sempre fiquei bem perdido em relação a esse personagem, pelo menos antigamente. Eu sabia que ele ficou no “limbo” do mercado da arte sequencial, que tinha surgido “trocentos” anos atrás como um plágio descarado de outro personagem e que tinha chegado às mãos de ALAN MOORE, o grande mestre, e em seguida nas mãos de NEIL GAIMAN, o verdadeiro “discípulo”- e só. De resto não entendia “bulhufas”.

E muitos podem se perguntar: “Mas, p… você, não é amante da banda desenhada? Como pode não saber ao certo quem é Miracleman?”. Defendo-me aqui de forma bem clichê: O ser humano não é perfeito.

Ano passado, comentando a um amigo que a Editora PANINI Comics tinha publicado o primeiro volume de MIRACLEMAN no Brasil, este mesmo gostando muito de quadrinhos perguntou: “Quem?” Pois, é! Não sou o único. Este conhecia muito bem WATCHMEN, MONSTRO DO PÂNTANO, SANDMAN, HELLBLAZER e tantos outros, mas “necas” de saber quem era Miracleman 10o “dito cujo”. E também conheço outros que apesar de gostarem de quadrinhos também “boiaram” quando o mencionei. Certo, mas por que essa conversa toda? Bom, eu também pensei comigo no começo: “como diabos vão lançar em mensal ao invés de encadernado- mesmo que com capa contornada- algo que tanta gente cultua?”, Pois é! Fiquei meio triste, mas quando tive essa reação dos amigos, e li à matéria REVIEW: MIRACLEMAN #1 do site O VICIOescrita por MURILO OLIVEIRA, explicando que MIRACLEMAN ainda estava na 13ª edição lá fora, – cheguei à conclusão que foi a melhor decisão da PANINI. Longe de “puxar o saco”, mas seria uma boa forma de saber como seria a vendagem. Se futuramente publicarem em encadernado luxuoso- algo que há muitas dúvidas que possa acontecer– a gente pode comprar, e se não quiser manter material repetido na prateleira, pode vender. Sempre tem quem se interessa.

AGORA A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: QUEM DIABOS É MIRACLEMAN?

No ano de 1940 a EDITORA FAWCETT COMICS, uma subsidiária da FAWCETT PUBLICATIONS, conseguiu grande sucesso na ERA DE OURO DOS QUADRINHOS com um personagem “alá” SUPERMAN. Um garotinho chamado BILLY BATSON que recebeu poderes de uma espécie de mago e a partir de então ao pronunciar a palavra “SHAZAM” “envelhecia”, adquiria a Sabedoria de Salomão e poderes relativos a deuses Gregos como HÉRCULES e ATLAS, transvertia-se num uniforme vermelho com um logo de raio no peito e autodenominava-se CAPITÃO MARVEL. A sua aparição se sucedeu na WHIZ COMICS Nº 2 com uma capa que prontamente levou a NATIONAL COMICS a processar a FAWCETT, em 1941, pela semelhança entre a arte dessa capa e a capa da sua revista ACTION COMICS Nº 1 de 1938- onde houve a primeira aparição do SUPERMAN. Em ambas temos os Super-Heróis, demostrando sua força, arremessando um carro Ford e assustando gangsteres.

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Apesar de o processo ter sido favorável para a FAWCETT, a DCA NATIONAL COMICS já tendo adotado a sigla referente à DETECTIVE COMICS– recorreu, e novo julgamento seria concebido, no entanto, por motivos financeiros e a queda nas vendas de revistas de Super Heróis, a editora FAWCETT decidiu parar com as vendas de quadrinhos e, fora dos tribunais, fez acordo com a DC, possibilitando que o personagem CAPITÃO MARVEL fizesse parte da mesma linha de quadrinhos do SUPERMAN.

O Mateus do canal Arquivo Nerd fez um vídeo [muito bom] falando sobre isso:

 Ok, e daí? Essa confusão toda afetou a editora LEN MILLER & SON, com sede em Londres- Inglaterra, que possuía licença para publicação de CAPITÃO MARVEL e acabou ficando na mão, tendo que deixar de lado uns dos seus sucessos de venda, o que a levou a procurar pelo escritor e desenhista MICK ANGLO- o qual criou o personagem MARVELMAN, uma cópia de CAPITÃO MARVEL, invertendo a concepção de poderes derivados da magia para poderes advindos de conceitos científicos. Agora tínhamos um garoto chamado MICKY MORAN que ao dizer KIMOTA [inversão de Atômico] recebia superpoderes. Surgido em 1954, seguiu até 1963 com histórias bem clichês e bastantes infantis.

No mês de Março de 1982, um jovem escritor começou a escrever novas histórias para o personagem, este nada mais, nada menos que ALAN MOORE, numa nova revista em quadrinhos britânica chamaconteudo_42935da WARRIOR, após a falência da LEN MILHER E SON. Em 1983 foi publicada uma revista intitulada MARVELMAN SPECIAL com aventuras antigas de MICK ANGLO, mas pelo fato do nome MARVEL ter sido patenteada pela Editora MARVEL Comics, esta mesmo não se importando com as histórias serem publicadas- afinal de conta o personagem dos primórdios era plágio do SHAZAM da DC– não queria o nome MARVEL vinculado à personagem algum por isso mudou para MIRACLEMAN. O personagem foi licenciado por editoras americanas. A primeira editora foi a PACIFIC COMICS, falindo pouco tempo depois, e próximo licenciamento pela editora ECLIPSE COMICSna qual ganhou revista própria sobre o nome pelo qual foi rebatizado.

Quando ALAN MOORE deixou o titulo, outro escritor de peso recebeu a tarefa de continuar a saga de MIRACLEMAN: NEIL GAIMAN. Sim, uns dos escritores mais cults da época, mas como “tudo que é bom, dura pouco”, a “bendita” editora também encerrou suas atividades. O titulo entrou numa GUERRA DE COPYRIGHT: durante anos ficou em disputa judicial fazendo com que os fãs do personagem ficassem na expectativa de que, um dia, este voltasse às bancas e pudessem acompanhar o grand finale do personagem, após este ter ficado nas mãos de GAIMAN. Acabou sendo uma disputa infernal onde todo mundo que participou da história do personagem tinha sua fatia no bolo. Até mesmo TODD MCFARLANE entrou nessa quando conseguiu comprar o personagem num leilão. Quando adquiriu os direitos de tudo que a EDITORA ECLIPSE havia publicado, MIRACLEMAN era uns dos personagens, entre outros, em posse da editora, e com isso MCFARLANE pretendia Miracleman24Coverrepaginar o personagem e utiliza-lo no universo de SPAWN , seguido de uma linha de brinquedos de MIRACLEMAN, afora leva-lo para as telas do cinema. Pretensão que foi por “água baixo” quando NEIL GAIMAN, MARK BUCKINGHAM e ALAN MOORE processaram o “cara” fazendo uma reviravolta dos infernos. Detalhe interessante: MCFARLANE alegou que pretendia trocar os direitos de ÂNGELA e SPAWN MEDIEVAL, com GAIMAN, pelo direitos a MIRACLEMAN.

Ironicamente, em 2012, a MARVEL Comics/ DISNEY conseguiram os direitos e novamente recrutando GAIMAN deu continuidade as histórias do personagem. E essa escolha de tê-lo novamente a cargo do roteiro também se sucedeu pela vontade do próprio GAIMAN de fazê-lo, inclusive cedendo à personagem ÂNGELA – aquela na qual surgiu em, no já mencionado, SPAWN– para a editora fazer o que quisesse com ela em troca do direito de continuar a escrever OS TRÊS LIVROS de MIRACLEMAN que pretendia, anos atrás, sob o titulo de: ERA DE OURO, ERA DE PRATA e ERA ESCURA. Felizmente, MARK BUCKINGHAM, voltará ao título, junto a GAIMAN, em 2016.

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MIRACLEMAN BY GAIMAN & BUCKINGHAM # 1 saiu no dia 2 de Setembro desse ano contando também com dois outros nomes de peso: D’ISRAELI e o letrista TODD KLEIN, encarregados de remasterizar as artes originais. Cada edição também apresenta extenso conteúdo adicional, incluindo scripts, arte original, desenhos, peças promocionais raras, etc. A primeira edição conta com capas variantes de autoria de artistas conceituados como JOE QUESADA, SIMONE BIANCHI, GARRY LEACH, ALAN DAVIS, RICK VEITCH e JOHN TOTLEBEN.

CONFIRAM ALGUMAS IMAGENS:

Finalmente a pedra no caminho posta no seu devido lugar.


“Tá”, e como se desenvolve as edições de MIRACLEMAN pela PANINI Comics, melhor dizendo, qual seu conteúdo?

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Na contra capa do primeiro volume temos uma breve apresentação feita pelo editor FERNANDO LOPES. Que eu particularmente achei bem legal por remeter bastante ao sistema editorial de quadrinhos publicados aqui nos anos de 90 e revistas no gênero. O sumário acaba sendo “engraçado” porque ao darem “nomes aos bois” de quem participa da produção temos no lugar do nome de ALAN MOORE: O ESCRITOR ORIGINAL. Este realmente cumpre sua promessa de não ter mais vinculo algum com a MARVEL Comics, mas diz estar feliz com a publicação do personagem, segundo o site OMELETE: “Porque isso significa que o dinheiro vai para o criador de Marvelman, Mick Anglo, e sua esposa. Mick está muito, muito velho e sua esposa, acredito, sofre de Alzheimer”.

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Quando li o prologo, eu logo pensei: “O quê? É por isso que eu esperei tanto para ler?” Dado que vi um personagem extremamente clichê, parecendo personagem de desenhos animados que passam no SBT atualmente, e não pude entender como ALAN MOORE, tinha escrito aquilo, no entanto, a página 15 foi um chute “daqueles”. O “cara” conseguiu fazer uma analogia fenomenal do personagem com o conceito de Super homem de NIETZSCHE, filosofo alemão- conhecido principalmente pelo seu Niilismo que, falando basicamente, possui como principal característica o pessimismo e visão negativa em relação à existência. Continuei lendo e… Me pescou completamente. WATCHMEN pode ser considerado o trabalho mais conceituado de MOORE, no entanto, MIRACLEMAN é notavelmente um épico e nele encontramos muitos dos conceitos/dramas/assuntos abordados em obras posteriores tanto por ele mesmo como grande parte dos escritores de quadrinhos. Nessa questão surge outra ironia: alguns leitores podem, ao ler a obra, achá-la datada, pelo fato das características [técnicas narrativas,] utilizadas por MOORE, serem consideradas, atualmente, clichês, mas é este mesmo que mudou o mundo dos quadrinhos com sua nova abordagem, ou seja, roteiristas posteriores é que beberam da fonte até “não poder mais”. Eu não considero a obra nenhum pouco datada. Não mesmo.

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As edições que estão sendo publicadas pela PANINI Comics contêm extras interessantes como esboços dos personagens; explicações da origem de MARVELMAN de MICK ANGLO; o primeiro volume tem uma entrevista feita por JOE QUESADA com o autor do personagem da ERA DE OURO; e algumas histórias clássicas dessa época. É muito interessante ler essas histórias por que a gente fica se perguntando como seria ter vivido nessa época, curtindo personagens desse tipo com narrativas nesse “naipe”, desenho preto e branco com traços para os parâmetros de hoje tão simplórios. O tempo passa e o mundo se modifica. Mais interessante ainda é ver como MOORE desconstruiu o personagem e nos deu uma nova visão, deixando- o mais sombrio e brincando com conceitos filosóficos que vão de JUNG ao I Ching de CONFÚCIO. Importante ressaltar que, como mencionado lá em cima, as histórias de ANGLO também são publicadas a pedido de MOORE para que isso garanta a verba dos direitos ao criados do personagem.

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Não é por acaso que GAIMAN queria tanto terminar essa história, visto que o personagem merece.

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM NEIL GAIMAN SOBRE MIRACLEMAN PELA MARVEL ENTERTAINMENT:


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BUTCHER BILLY – O AÇOUGUEIRO

01 billy o açougueiro

O açougueiro

Netfontes_action_comics_Logo nome verdadeiro do AÇOUGUEIRO BILLYnuma tradução literal do nome pelo qual é conhecido lá fora: BUTCHER BILLY – é BILLY MARIANO DA LUZ. Possui essa alcunha por destrinchar figuras históricas e do imaginário POP, misturar realidade e ficção, subverter e criar magnificas obras de arte.

Ele se utiliza de programas de computador, mas sem deixar de lado as características do manual, deixando em sua arte manchas, borrões e linhas tortas propositalmente para não perder a essência da colagem, sendo que adota o MASH- UPS, processo artístico no qual são utilizadas obras já existentes e por meio de mistura, combinação, modificação e edição de detalhes de uma ou mais obras dando características de obra autoral.

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Em seu portfólio possui series extremamente curiosas como:

OS BEBÊS DE LARANJA MECÂNICA

02  5Bebes de Laranja Mecanica

E PUNK SUPER MARIO BROS.

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Em seu espaço no BEHANCE, um portfólio on-line, pode se encontrar várias obras deles. Uma que considerei muito interessante: The Post-Punk / New Wave Super Friends

Descrição retirada do seu portfólio no Behance:

O que torna um ícone da cultura pop?
Seria o efeito da sua contribuição para um movimento cultural? É a maneira que eles afetam o tempo e a geração que se dirigem? Ou apenas como sua exposição constitui uma característica definidora de uma determinada sociedade ou era?
Como uma criança dos anos 80 eu estava fortemente influenciada por tudo, desde desenhos animados dos sábados de manhã na TV a música que vem do rádio. IAN CURTIS ou JOHNNY ROTTEN são tão icônicos para mim como SUPERMAN ou BATMAN. As pessoas reais ou personagens imaginários, os ideais incorruptíveis de super-heróis perfeitos ou as falhas e desejos humanos, por vezes, tão desesperadamente retratados em letras de canções – todas essas influências nos afetam a ponto de definir o nosso caráter e personalidade, planos de carreira e escolhas de vida.
As referências a que estamos expostos e, especificamente, as que escolhemos para absorver nos fazem quem somos. Quem são seus heróis?

SEGUE ALGUMAS IMAGENS:

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ALGUMAS OUTRAS DO AÇOUGUEIRO:

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Charlie Manson é o Coringa

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Palavras, de Billy, numa entrevista feita por DANIELA GUEDES para o site SARAIVA no espaço SARAIVA CONTEÚDO:

“Sou viciado em cinema, quadrinhos, música, arte e cultura pop em geral. Essas sempre foram as minhas inspirações, mas o que me interessa, de maneira quase obsessiva, é a liquidificação de tudo isso. É conhecer a fundo os conceitos e pervertê-los de maneiras subversivas e impensáveis, transformando tudo até virar uma criação autoral.”


É. O Cara é Phodaaaaaa!


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FONTES DE PESQUISA: